A greve dos estivadores em três empresas do Porto de Santos, no litoral de São Paulo, completou uma semana, nesta segunda-feira (26). Os empresários do setor já sentem os prejuízos que chegam a US$ 8 milhões devido a paralisação de várias operações portuárias nos terminais.
Os estivadores avulsos e vinculados estão parados nos terminais da Santos Brasil, Libra e BTP. Eles montaram até um acampamento ao lado da entrada de um terminal portuário. "É 24h. Tem um turno do pessoal do dia e um turno da noite. Eu chego às 5h da manhã, deixo minha casa com meus filhos e minha esposa e venho para o acampamento. Só saio às 20h", disse o estivador Ricardo Francisco Santos.
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De acordo com o Sindicato dos Estivadores, a categoria reivindica o reajuste salarial dos vinculados e correção dos ganhos dos avulsos em 11,78%, retroativo a março. As empresas oferecem 9% pagos em duas vezes. Além da data-base, empresas e funcionários também discordam em relação ao valor vale-refeição. O sindicato quer que seja de R$ 30 e as empresas oferecem menos.
Segundo Sandro Olímpico da Silva, diretor Sindicato dos Estivadores, a questão dos reajustes foi acertada, mas há outras pendências. "Eles aceitaram dar os 10% e o ticket-refeição, mas insistem na livre requisição que é o livre extermínio da categoria. Nós não vamos aceitar essa imposição dos operadores portuários", disse Sandro Olímpico da Silva, diretor Sindicato dos Estivadores.
A juíza do Tribunal Regional do Trabalho negou o pedido de liminar do Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp) para suspender a greve. A paralisação atinge três terminais de conteineres do Porto de Santos. Os prejuízos se acumulam todos os dias.
"Nós fizemos um cálculo bem conservador. Esse cálculo atinge US$ 8 milhões Se nós fossemos considerar todas as questões, como atraso do navio em Santos, perdendo janelas, aumento de combustível, podemos dizer que esse valor poderia até triplicar", afirmou José Roque, diretor executivo Sindicato das Agências Marítimas (Sindamar)
Em nota, o Sopesp informou que continua estranhando a greve dos estivadores e que o movimento continua mesmo depois do despacho do Tribunal Regional do Trabalho, na última sexta-feira (23), para que as operações voltem ao normal no Porto de Santos. A Câmara de Conteinêres do Sindicato diz ainda que espera pelo retorno dos trabalhadores.
O novo julgamento, que estava marcado para o dia 5 de outubro foi antecipado para esta quarta-feira (28), no TRT, em São Paulo.
Fonte: Do G1 Santos