Sindicato vai tentar negociar para que não haja descontos dos trabalhadores pelos dias parados
Após quase um mês chegou ao fim a greve dos trabalhadores que atuam na obra da Refinaria Abreu e Lima. Na manhã de ontem, eles decidiram retomar as atividades, no Complexo Industrial Portuário de Suape. O Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção Pesada (Sintepav-PE) tentará negociar para que não haja desconto dos dias parados.
Outras possibilidades, de acordo com a assessoria de comunicação do Sintepav-PE, são a diluição do desconto ao longo dos meses, levar a discussão para a data base de 1º de agosto, ou ainda compensar o tempo com mais uma hora de trabalho por dia.
Apesar de a paralisação ter sido decretada ilegal pelo Tribunal Regional do Trabalho 6ª Região, os trabalhadores ficaram satisfeitos com a decisão da Justiça de conceder as principais reivindicações da categoria: o reajuste da hora extra aos sábados, de 70% para 100%, e do vale alimentação de R$ 80 para R$ 160. As duas questões haviam entrado na pauta negociada pelo Ministério Público do Trabalho, que incluía outros onze itens.
Também reunido ontem de manhã, o Sindicato Nacional da Indústria de Construção (Sinicon) decidiu recorrer da decisão do TRT 6ª Região, logo após a publicação - o que deve acontecer até 12 de abril.
´Os contratos das empresas não comportam esses benefícios. Acreditamos que houve uma contradição. Não concordamos porque acreditamos que isso vai de encontro ao Artigo 114 da Constituição, que diz que quando existe convenção coletiva vigente, o que foi negociado deve ser respeitado`, explicou a advogada do Sinicon, Margareth Rubem.
Ao todo, os operários da obra da Refinaria Abreu e Lima ficaram em greve por 18 dias, levando em consideração a greve iniciada pelos 4.822 trabalhadores do consórcio Rnest/Conest, até a adesão dos funcionários dos demais consórcios (cerca de 30 mil pessoas), no último dia 22. A refinaria tem um custo de R$ 23 milhões. Mesmo admitindo revisão no custo da obra, a Petrobras descarta atraso no cronograma.
Fonte: Diário de Pernambuco/Juliana Cavalcanti
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