SÃO PAULO - O número de contêineres que deixaram de ser movimentados no porto de Itajaí (SC) chegou a 7,5 mil nesta quinta-feira, por conta da greve de conferentes que começou há uma semana, segundo a APM Terminals, empresa arrendatária e operadora do porto.
Com isso, o prejuízo do porto já soma 4,2 milhões de reais.
Desde a última quinta-feira, 12 navios foram desviados do porto público de Itajaí, sendo cinco deles direcionados ao terminal portuário Portonave, na cidade de Navegantes (SC), e outros sete destinados aos portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR).
Entre os produtos exportados pelo porto de Itajaí estão carne suína, frango, blocos de motores, motores elétricos e compressores. O porto também importa cerâmica, polímeros e produtos têxteis.
A paralisação é fruto de uma disputa trabalhista que envolve 54 conferentes do porto e a APM.
Uma reunião com representantes dos sindicatos de todo o complexo portuário de Itajaí, a superintendência do porto, a APM Terminals, uma comissão de greve e um representante do Ministério Público ocorreu na última terça-feira, mas a greve foi mantida.
A empresa quer contratar 24 trabalhadores via CLT, já que hoje os trabalhadores são contratados como mão de obra avulsa.
Os outros 30 poderiam ser realocados para outras funções do porto, em caráter de "multifuncionalidade", segundo comunicado oficial da APM divulgado nesta quinta-feira, com propostas da empresa para dar fim à greve.
"Esta intenção da empresa é uma efetiva necessidade, em função do custo excessivamente alto do trabalho realizado pelos trabalhadores avulsos da categoria dos conferentes", afirmou a empresa em comunicado.
Segundo a APM Terminals, o salário médio de um conferente é de 8 mil reais por mês.
Já o presidente do Sindicato dos Conferentes de Carga e Descarga do porto de Itajaí, Laerte Miranda Filho, o sindicato ainda não recebeu nenhum documento com propostas da APM.
"Eu quero ver o documento, eu desconheço", afirmou.
De acordo com o presidente, a operadora do porto ficou de dar uma resposta oficial após a reunião de terça-feira. "Só sei através da imprensa", disse.
A proposta do sindicato, que começou pedindo ajuste salarial de 15 por cento acima da inflação, é agora de 7 por cento, e exige o cumprimento das regras de contratação para todos os trabalhadores do porto.
(Fonte: Reuters/Patrícia Monteiro; edição de Roberto Samora)
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