O Grupo Atlântica Matapi, especialista em soluções logísticas na Amazônia, foi escolhido pela Oléa/Cevital para planejar, executar e distribuir, pelos próximos 10 anos, as matérias-primas de uma nova cadeia produtiva que irá se estabelecer em Barcarena, no Pará, e ainda atenderá demandas de uma rota comercial inédita para o Brasil.
A Oléa é uma subsidiária da Cevital, o maior conglomerado privado da Argélia, com participações no setor agroalimentar, varejo, indústria e serviços. Atualmente, é a principal compradora de açúcar do Brasil. A empresa vai construir, em 2023, um parque industrial em Barcarena, com investimentos previstos em R$ 4 bilhões, e gerar dois mil empregos diretos e outros três mil indiretos.
PUBLICIDADE
“Vamos começar com uma esmagadora (instalação industrial que processa grãos, geralmente soja, para produzir óleo e farelo), uma refinaria de óleo vegetal, uma fábrica de ração, uma fábrica de margarina e, possivelmente, uma fábrica de chocolates, aproveitando uma matéria-prima que cada vez é mais abundante no estado, o cacau”, revelou Paulo Hegg, diretor de desenvolvimento de negócios da Oléa/Cevital no Brasil.
Além das indústrias, a empresa vai investir em cinco portos privados no Arco Norte — Outeiro, Vila do Conde, Santarém e Miritituba, no Pará, além de Santana, no Amapá —, utilizando o potencial do transporte fluvial da Amazônia e reduzindo custos logísticos, tempo de viagem e distância até porto de Béjaïa, na Argélia.
“São 7 ou 8 dias ao invés de 16 ou 17 (em comparação aos portos de Santos/SP e Paranaguá/SC). É praticamente metade do tempo. Estamos ganhando do ponto de vista da navegação, custo logístico, retorno dos navios e proximidade do nosso porto”, comemorou Adam Iskounen, diretor-geral da Oléa/Cevital no Brasil.
As atividades desenvolvidas pela Oléa/Cevital abrirão, ainda, novas relações comerciais para beneficiar produtores brasileiros, especialmente os de soja. Inicialmente, a empresa argelina exportará fertilizantes para atender uma demanda crescente da agricultura brasileira, principalmente nos estados do Centro-Oeste. Por outro lado, com a implantação de uma gigantesca esmagadora na Argélia, em junho, com capacidade de processar 45 mil toneladas de cereais por semana, será necessário importar cerca de 3,5 milhões de soja por ano para a produção de farelo e óleo de soja, e óleos de girassol, canola e amendoim, na costa do Mediterrâneo.
“Alinhados com a missão e a visão da Oléa/Cevital, a gente desenvolveu uma solução logística integrada para prover o transporte rodofluvial de cargas para os portos do Arco Norte, carregando navios com até 60 mil toneladas e, ao mesmo tempo, trabalhar na importação de fertilizantes. É uma satisfação apoiar a implantação da Cevital, através da Oléa, na Amazônia, e contribuir para o desenvolvimento da nossa região”, concluiu Tiago Pinto, vice-presidente do Grupo Atlântica Matapi.