A Localfrio, que opera terminais alfandegados em Santos (SP), Itajaí (SC) e Suape (PE), planeja diversificar suas operações e ampliar os serviços logísticosoferecidos pela empresa. Para isso, o plano é investir em novas estruturas para além dos portos e, eventualmente, fazer aquisições, afirmou o novo presidente da companhia, Rodrigo Casado.
A empresa, que nos últimos anos reestruturou sua dívida e passou por uma profissionalização da gestão, já vinha agregando soluções logísticas, que representam cerca de 35% da receita. O objetivo é que, até o fim de 2025, essa participação supere 50%.
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O foco será em segmentos que exijam serviços de maior valor agregado, diz Casado. “A estratégia é utilizar nossa base de terminais alfandegados para verticalizar, com clientes que exijam um grau de especialização diferente. Segmentos como o químico, fármaco, cargas que precisam de refrigeração controlada, eletrônicos, bens de alto valor e carga de projeto. A ideia é criar uma diferenciação para a empresa.”
Hoje, um dos grandes motores dessa diversificação são as chamadas cargas de projeto - ou seja, equipamentos de maior porte que demandam uma logística específica. Um setor que tem impulsionado as demandas da Localfrio é o de geração renovável, que importa materiais para a construção de parques eólicos e solares. “Temos dez operações de carga de projeto em curso. Neste ano, esse número deverá aumentar em 90%. Vimos uma explosão nesse mercado, que exige especialização significativa”, afirma.
Outro foco da empresa é ampliar a gama de serviços. “Antes, a companhia fazia a armazenagem. Agora agregamos outras etapas do processo, como etiquetagem, inspeção, rotulagem, embalagem, montagem de kits. Há uma oportunidade de agregar valor ao serviço”, diz ele.
O grupo tem avaliado possíveis aquisições, que, no entanto, deverão vir a partir de 2022, devido ao processo de reestruturação interno. Em 2020, companhia registrou receita líquida de R$ 275,2 milhões e prejuízo líquido de R$ 15,6 milhões - devido principalmente ao impacto do resultado financeiro. Neste ano, a previsão é ampliar a receita em até 25%, diz o executivo.
“O principal objetivo é organizar a casa. Mas não há muita possibilidade de crescimento apenas de forma orgânica, então vamos buscar oportunidades em 2022, essa é nossa meta”, afirma.
No radar estão possíveis novas áreas de terminais alfandegados, mas o principal foco será ampliar os serviços logísticos para além dos portos. “Por exemplo, investimentos em centros de distribuição intermediários, empresas que já tenham alguma expertise em logística”, cita Casado.
Em relação ao fôlego financeiro para fazer aquisições, o executivo afirma que a projeção futura dá confiança para que a empresa faça planos. “Temos conseguido uma geração de caixa que nos permite projetar ao longo do tempo uma empresa com robustez suficiente para galgar algum tipo de movimento.”
Além disso, o presidente afirma que há outros arranjos possíveis. “Podemos também trabalhar em parcerias com grupos que queiram nos usar como operadores logísticos e eles entram com o investimento. Ou alianças com empresas que tenham portfólio complementar. Há outros tipos de parceria possíveis.”
A empresa também tem sido procurada por grupos para parcerias e eventuais aquisições. Porém, a avaliação é que o foco hoje é o crescimento. “É muito mais atraente para a Localfrio a busca para oportunidades de crescimento da empresa.”
Fonte: Valor