A concorrência de grandes grupos internacionais como DHL e Penske Logistics e da brasileira JSL não está impedindo o grupo de logística baiano TPC de caminhar em busca da consolidação no setor de infraestrutura brasileira. Formada por três sócios, a empresa está se organizando para aproveitar o momento aquecido do mercado e expandir o escopo de atuação.
Hoje, 60% do faturamento do grupo parte da área de logística geral; 34%, das operações portuárias; e 6%, da área mais novata, de óleo, gás e meio ambiente.
Após faturar R$ 272,5 milhões em 2012, o TPC pretende crescer 30% neste ano e alcançar os R$ 500 milhões em 2014. Segundo o presidente do grupo, Leonardo Barros, a casa está sendo arrumada para que a empresa esteja preparada para uma possível fusão ou listagem no mercado de capitais mais à frente.
"O mercado está em forte consolidação. Estamos atentos aos movimentos de fundos de investimentos e fusões, mas não há nada previsto para 2013 ou 2014. Temos caixa para chegar aos R$ 500 milhões sozinhos", disse o executivo ao Valor.
Com 3.500 funcionários diretos, o TPC tem hoje um conselho de administração, metas financeiras e operacionais e está investindo em governança corporativa. A carteira de clientes abrange grupos como Ford - o primeiro de sua história -, Claro, Walmart, Natura, Avon e as prefeituras de São Paulo e do Rio de Janeiro. O segmento de cuidados pessoais (personal care) responde pela maior fatia da receita (35%).
Com as atividades iniciadas em 2001, o grupo opera em 16 estados e no Distrito Federal nas áreas de logística geral - armazenagem, distribuição, comércio internacional e logística reversa -, portuária, de construção de armazéns e no setor de óleo, gás e meio ambiente, no qual atua com bases logísticas offshore e tem como principal cliente a Petrobras. A expectativa da empresa é que a participação dessa última área aumente e alcance 20% do faturamento em 2014.
"Estamos nos qualificando nesse setor e, com o pré-sal, enxergamos muita oportunidade em óleo e gás", afirmou Barros.
A área de meio ambiente compreende ainda o atendimento a emergências ambientais e gerenciamento de resíduos sólidos e oleosos.
Até 2011, o TPC também atuava na área aeroportuária por meio de contratos com a Infraero para a prestação de serviços de logística nos terminais de Guarulhos e Campinas, em São Paulo. A concessão dos aeroportos à iniciativa privada, contudo, interrompeu sua atuação, mas os planos são de parcerias com as novas empresas responsáveis.
"Estamos estudando como vão ficar os modelos. Estamos de olho nos novos leilões e temos interesse em voltar a operar no setor. Aeroporto é um grande tomador de serviços de logística", disse Barros, que também mencionou estudos para operar no modal ferroviário, com foco na operação via consórcio.
O setor portuário, contudo, tende a sair na frente em termos de novidades. Essa foi a primeira área de atuação do grupo TPC, que atualmente opera o C. Port, terminal especializado na movimentação de granéis sólidos da ADM, Bunge, Cargill e Louis Dreyfus Commodities.
O TPC ainda opera o terminal privado Miguel de Oliveira, especializado na movimentação de veículos da Ford, e tem atuação no terminal de granéis sólidos do porto público de Aratu, onde a Paranapanema é a principal cliente. Todos os empreendimentos portuários estão na Bahia.
"Temos crescido nesse segmento e estamos participando neste momento de um projeto para um novo terminal portuário", afirmou o presidente do TPC, sem dar detalhes da intenção do grupo.
Fonte: Valor / Beatriz Cutait
PUBLICIDADE