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Hidrovia do Mercosul sairá do papel, diz Serra

O ministro das Relações Exteriores, José Serra, disse ontem em Paris que o projeto de uma hidrovia nas fronteiras do Mercosul será retomado e vai sair do papel, com criação de uma autoridade supranacional para definir os próximos passos do empreendimento.

Serra, que participa da reunião ministerial da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico, reuniu-se com a chanceler argentina, Susana Malcorra.


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"Combinei com a chanceler que vamos já trabalhar com a ideia de uma autoridade supranacional a respeito da hidrovia. Ela representa o maior potencial de transporte no mundo e que está empacada por fatores absurdos, inclusive de legislação trabalhista na Argentina no governo anterior, que só boicotou essa hidrovia", disse o ministro.

O projeto da hidrovia envolve Bolívia, Paraguai, Uruguai, Argentina e Brasil. "Vamos agora retomar esse empreendimento como algo sério. Vai ser um grande investimento econômico", disse, acrescentando se tratar de concessão privada.

"Já estamos nos mobilizando. Tem que ter uma autoridade supranacional inclusive para dizer quais passos devem ser tomados", afirmou Serra, ressaltando que apenas a elaboração do modelo da hidrovia "já será um passo muito adiante".

O chanceler também teve um encontro com o secretário-geral da OCDE, Angel Gurría, que acaba de ser reeleito.

A OCDE, disse Serra, reiterou novamente o convite para que o Brasil se torne membro da organização, que reúne 34 países, a grande maioria desenvolvidos. "O secretário-geral da organização disse que poderia eliminar passos intermediários e já ir direto à fase final" para o ingresso do Brasil, uma espécie de "fast-track" para acelerar o processo.

Serra rebateu com veemência as conclusões da OCDE sobre a piora da economia brasileira em razão das "profundas divisões políticas" no país - queda de 4,3% este ano.

"A OCDE não afirma coisa nenhuma. Eles estão especulando com relação as poucas informações que dispõem" sobre o Brasil, disse Serra. Para o chanceler, a organização, que divulga anualmente estudos internacionais sobre variadas áreas, "não tem conhecimento" da situação brasileira.

Fonte: Valor Economico/Daniela Fernandes | De Paris






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