Asiáticos são os grandes fornecedores de Mato Grosso, principalmente a China
A desvalorização do dólar em relação ao real continua favorecendo as importações mato-grossense, via Porto Seco – a Estação Aduaneira do Interior (Eadi) – no Distrito Industrial de Cuiabá. Levantamento da aduana mostra incremento de 102,70% no primeiro trimestre deste ano, em relação a igual período de 2010. As importações acumulam US$ 39,21 milhões, contra US$ 19,34 milhões nos primeiros três meses do ano anterior. Em março as importações somaram US$ 9,74 milhões, crescimento de 59,05% na comparação com igual mês do ano anterior, quando as compras atingiram US$ 6,12 milhões.
Os destaques do primeiro trimestre são pneus, máquinas agrícolas, máquinas industriais, chapas de aço e peças de reposição. Já as exportações continuam paralisadas, ainda aguardando soluções logísticas para o transporte de produtos.
De acordo com o gerente de Logística do Porto Seco, Elton Erthal, os países asiáticos – liderados pela China – continuam sendo os principais parceiros comerciais de Mato Grosso, respondendo por aproximadamente 40% de todas as operações de vendas realizadas ao Estado no primeiro trimestre. Coréia e Tailândia também se destacam como grandes fornecedores de Mato Gross, assim como os Estados Unidos e a Itália.
Para Elton Erthal, o câmbio é um dos fatores de incremento das importações. “Quando temos dólar baixo e real valorizado, passamos a contar com mais recursos para fazer compras no exterior. Este movimento nos últimos meses tem beneficiado os compradores, e o reflexo é o aumento das importações”, analisa.
Outro fator que também tem contribuído para o aumento das importações, segundo ele, é a estabilidade econômica, a chegada de novas empresas ao Estado e o crescimento do agronegócio mato-grossense. “Quando o agronegócio vai bem, as empresas procuram se modernizar tecnologicamente e buscar também ampliar suas instalações. Isso demanda o consumo de equipamentos e máquinas, só encontrados no exterior”. (Veja quadro)
Por conta do bom momento vivido pela economia do Estado, o gerente do Porto Seco prevê a manutenção das compras em ritmo acelerado. “Imagino que a tendência é aumentarmos cada vez mais as importações porque atravessamos um bom momento. A economia do Estado vai muito bem e a conjuntura nacional é favorável aos investimentos”.
Para o ano, a previsão é de que as compras tenham incremento entre 20% e 30% em relação a 2010, com ênfase para os produtos agroquímicos. Conforme as estatísticas da aduana, em 2010 as importações registraram incremento de 19% em relação a 2009, passando de US$ 197,07 milhões para US$ 234,69 milhões.
Elton Erthal lembra que a conjuntura econômica tem favorecido também a implantação de novas empresas de consultoria e importações no Estado. “Hoje temos cerca de 100 empresas atuando neste segmento, o que tem despertado o interesse dos compradores”. Ele prevê o incremento de venda de defensivos agrícolas a partir do segundo semestre deste ano para atender os produtores na próxima safra, 11/12.
Ele está otimista e diz que “pelo menos por mais três anos”, as importações mato-grossenses, via Porto Seco, continuarão aquecidas. “É importante lembrar que as importações não estão crescendo só por causa da expectativa da Copa. Acredito que este movimento está alicerçado mais na conjuntura econômica e nos bons preços das commodities agrícolas”, frisa. “É um crescimento firme, que deve ter continuidade por um prazo muito longo. Não conseguimos mensurar este crescimento, vai depender do agronegócio e do desempenho da nossa economia”.
Fonte: Diário de Cuiabá/MARCONDES MACIEL
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