Beneficiado pelo câmbio e pelo mercado interno aquecido, terminal opera em ritmo frenético e deve fechar 2010 com movimentação recorde
A disparada das importações no País, motivada pelo câmbio favorável e pelo mercado interno aquecido, vai puxar para cima o desempenho da movimentação de cargas do Terminal de Contêineres de Suape (Tecon Suape) este ano. No início de 2010, a meta da empresa era movimentar 280 mil TEUs (unidade padrão para contêineres de 20 pés), mas a previsão foi revista duas vezes ao longo do ano. De janeiro a agosto, as importações pelo Tecon registraram crescimento frenético de 56%, na comparação com igual período de 2009.
O presidente do Tecon Suape, Sérgio Kano, diz que a lista de importações inclui os mais diversos tipos de produtos, desde insumos para a indústria química, passado por máquinas e equipamentos para as indústrias da região até alimentos, bebidas e eletrodomésticos. “Estamos apostando em um recorde de movimentação, que deve superar o resultado de 2008, quando chegamos ao patamar de 295 mil TEUs”, comemora. A estimativa de fechar 2010 com 300 mil TEUs já é revista para 310 mil TEUs.
“O câmbio entre R$ 1,70 e R$ 1,80 está bastante atrativo às importações, a economia brasileira vive um momento de euforia em todos os setores (com aumento de consumo) e o segundo semestre é sempre mais aquecido que o primeiro, em função das compras para o período natalino”, observa Kano. O executivo também destaca o crescimento das exportações, que apesar de avançarem em um ritmo mais lento que as importações, também estão contribuindo para o bom desempenho da movimentação de cargas. Segundo Kano, as compras externas aumentaram 26% nos oito primeiros meses de 2010, em relação a igual intervalo do ano passado.
CONGESTIONAMENTO
O crescimento acelerado das importações está provocando um congestionamento de contêineres nos portos brasileiros. A Receita Federal tem realizado apreensões de produtos sem conseguir dar destinação a eles, por conta do grande volume do comércio exterior. A estimativa é de que 5 mil contêineres estejam encalhados nos terminais brasileiros.
O presidente do Tecon diz que Suape ainda não está sentindo o problema porque, em uma operação conjunta com a Receita, foi ampliada em 50% a área para inspeção de produtos. “Isso sem falar que estamos iniciando a pavimentação de uma nova área por trás do cais 1, que vai nos permitir utilizar mais 100 mil metros quadrados”, diz. Kano diz que um impacto do congestionamento nos portos brasileiros tem sido o cancelamento de escalas de navios, que em função do atraso nos portos do Sul e Sudeste, preferem “queimar” as paradas em Suape. No mês passado foram cinco cancelamentos de escala.
Fonte: Jornal do Commercio (PE)/Adriana Guarda
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