A exportação de grãos provoca fila de navios no Porto de Paranaguá. Com as interrupções no serviço de carregamento provocadas pelos períodos de chuva, as embarcações precisam seguir ordem de agenda e chegam a aguardar três semanas paradas. A fila passou de 20 navios graneleiros durante o último mês e, com a melhora recente no tempo, começa a diminuir. Na última semana, estavam atracados navios que chegaram ao litoral do estado de 8 a 11 de março. Os operadores dizem que o tamanho da fila é o dobro do normal.
No berço de grãos do porto são carregados apenas três navios por vez. São necessários dois dias para encher uma embarcação, trabalho que depende do desempenho dos equipamentos e se prolonga sempre que começa a chover. Devido à pressa em normalizar a situação, a movimentação de caminhões nas estradas é positiva para os embarcadores. Um navio leva 60 mil toneladas de grãos, volume que esvazia até 2 mil caminhões. Na última semana, os armazéns do porto tinham 438 mil toneladas de soja armazenadas, o suficiente para encher sete navios.
Representantes de empresas que não quiseram se identificar disseram que convivem com a fila de navios e que o problema passa a preocupar quando os armadores cobram a chamada demourrage. Quando o transportador considera que a operação está demorando além do normal, exige até US$ 2 mil por hora, conforme contrato entre as partes. Nas épocas em que o atraso se torna um problema crônico, os valores passam de US$ 50 mil/dia/navio. Apesar de a chuva não ser razão para a cobrança de demourrage, uma vez que o porto não pode controlá-la, as filas acabam disparando essa multa, relatam os exportadores de grãos.
O tempo atual de espera para início do carregamento, avaliado em 16 dias, é considerado alto. Isso quer dizer que, mesmo com sol, o navio terá de esperar duas semanas para atracar. O quadro ocorre também em outros portos brasileiros. O corredor de exportação do Porto de Santos (SP), por exemplo, tem prazo de 20 dias. Em São Francisco do Sul (SC), a espera é de 14 dias.
Fonte: Gazeta do Povo
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