No quarto trimestre, lucro líquido ajustado somou R$ 107,2 milhões, crescendo 27,5% versus o mesmo período de 2021

A Kepler Weber fechou o ano de 2022 com recorde de receita líquida, atingindo R$ 1,8 bilhão. Em relação ao ano anterior, houve um salto de 48,1%, ante o resultado de R$ 1,2 bi apurado em 2021, consolidando "um ano de performance consistente da companhia", destaca trecho da mensagem da administração ao mercado.

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No quarto trimestre de 2022, a receita líquida foi 20,4% maior que o registrado no último trimestre de 2021, passando de R$ 416,9 milhões para R$ 502 milhões, o maior patamar para quartos trimestres da história. "Além do aumento substancial das receitas, obtivemos margens operacionais em patamares exuberantes, o que nos permitiu a manutenção do retorno sobre o capital investido em nível muito atrativo", reforça o documento.

O EBITDA ajustado no trimestre avançou 32,2%, passando de R$ 118,5 milhões para R$ 156,7 milhões. Ao longo de 2022, o EBITDA ajustado somou R$ 568,2 milhões contra R$ 241,2 milhões do ano anterior, crescimento de 135,6%. Já o lucro líquido ajustado totalizou R$ 107,2 milhões no trimestre, 27,5% maior que os R$ 84,1 milhões de igual período de 2021. No ano, o lucro líquido ajustado foi de R$ 386,2 milhões, 141,5% maior que o registrado em 2021, quando a companhia reportou R$ 159,9 milhões. A margem líquida ajustada anual ficou em 21,3% e 8,2 pontos percentuais maior que no ano anterior.

Na mensagem ao mercado, a companhia ainda destaca os "movimentos estratégicos" para ampliar a oportunidades de negócios, e cita o lançamento do Fundo de Investimento nas Cadeias Produtivas Agroindustriais (Fiagro), estruturado a partir de uma parceria entre o BTG Asset e o BNDES. Ao todo, o fundo disponibiliza R$ 300 milhões para financiar tanto equipamentos Kepler Weber quanto a infraestrutura do cliente, com prazo de dez anos para pagar.

Áreas de Negócios

Pós-colheita respondeu por 66,5% da receita no quarto trimestre, totalizando R$ 333,8 milhões, um crescimento de 4,4% em comparação com igual período de 2021. A Kepler Weber diz que o avanço das vendas, especialmente em Estados como Goiás, Maranhão, Tocantins, Piauí e Mato Grosso, se deu em função da "carteira construída ao longo do ano, através de movimentos assertivos de acesso ao mercado". A companhia cita a abertura de dois novos Centros de Distribuição no norte do país, "diferencial competitivo na venda de projetos de pós-colheita dentro desta região, uma vez que os clientes que estão investindo sabem que estarão bem assistidos na parte de peças e serviços em períodos de safra".

Na comparação com o terceiro tri de 2022, houve uma redução 13,8% "decorrente do efeito sazonal de compras do segmento". Apesar disso, o balanço traz novos negócios fechados no trimestre, incluindo quatro obras para agricultores que somam R$ 59,5 milhões e outras duas obras para indústrias cerealistas no valor de R$ 24,3 milhões.

Negócios internacionais atingiram R$ 45,2 milhões em receita no quarto trimestre, aumento de 12,7% em relação ao mesmo trimestre de 2021. No ano, a área de negócio somou R$ 170,6 milhões, crescimento de 34,8% em relação ao ano anterior.

"Os destaques foram as obras da América do Sul, e vendas realizadas para o sudeste asiático, como a indonésia, que contribuíram significativamente para o resultado acumulado de 2022", diz o relatório.

Novas vendas fechadas no último trimestre de 2022 devem incrementar o faturamento entre janeiro e março deste ano. A Kepler Weber cita um projeto de R$ 12,7 milhões vendido para uma cerealista na América Latina.

Portos e Terminais registrou um salto de 614,3% na receita líquida, passando de R$ 4,2 milhões no quarto trimestre de 2021 para R$ 30 milhões no trimestre passado. No ano, a área de negócio faturou R$ 49,6 milhões, crescimento de 183,4%.

"O grande volume de faturamento do segmento se concentrou no 4T22, devido a grandes projetos no Porto de Santos, e outros terminais de grande porte entregues neste período", explica o balanço, que traz também novos negócios fechados no fim do ano passado, também em Santos, totalizando R$ 9,6 milhões, e que vão ser contabilizados no segundo trimestre.

Já Agroindústrias, área de negócio criada em 2022, atingiu R$ 26,5 milhões em receita líquida no trimestre, R$ 178,5 milhões no ano. No perído, a Kepler Weber destaca obras realizadas para um cliente tradicional que tem operações em Mato Grosso, Rondônia e Roraima. "O grande diferencial Kepler foi atender a demanda das seis obras de forma simultânea em curto prazo de entrega".

O balanço informa ao Mercado a entrega de um projeto de grande porte para indústria de etanol de milho, em Dourados (MS). Há também vendas realizadas no último trimestre e que serão faturadas nos próximos meses. "Dentre elas, destacamos a ampliação de uma unidade de esmagamento de soja para produção de óleo, localizada em Goiás, que representa o total de R$ 21 milhões".

Com receita de R$ 66,5 milhões no último trimestre, Reposição e Serviços cresceu 25,5% em comparação com igual período de 2021, quando registrou R$ 53 milhões. Ao longo do ano passado, quando faturou R$ 211,9 milhões (+24,7%), a estratégia da companhia permitiu realizar projetos de reformas e modernizações de unidades de beneficiamento e armazenagem existentes.

A Kepler Weber destaca a "consolidação da implantação do LEAN no segmento", qualificação da equipe técnica e comercial, criação de canais de vendas, como atendimento exclusivo para contas chaves e a entrada em marketplaces – com vendas já fechadas no último trimestre. A empresa cita também a criação da "célula de qualificação de leads, com objetivo de captar novos clientes e facilitar a experiência de compra".

O relatório destaca aumento no número de avaliações técnicas e treinamentos, o que gerou novos negócios, como a venda de selecionadoras ópticas da marca Seletron em diferentes regiões do país.

Ações

Segundo a Kepler Weber, as ações da companhia valorizaram 62% em dezembro, na comparação com mesmo mês de 2021. "No mesmo período o índice Ibovespa valorizou em 5% e o Small Caps desvalorizou em 13%", informa a empresa, que aponta aumento de 43% na liquidez média diária, passando de R$ 9,8 milhões em dezembro de 2021 para R$ 14 milhões de volume financeiro em dezembro do ano passado.