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Letônia quer ser "porta de entrada"

Transformar-se numa plataforma exportadora grande o suficiente para ligar a América à Europa. Esta é a proposta da Letônia, situada bem no centro da Europa. O desafio é grande, mas o primeiro passo já foi dado. Apesar de pequeno, o país consegue movimentar 60 milhões de toneladas por ano através de seus dois principais portos. Além dos portos, cuja movimentação fica bem acima do porto de Santos - que movimenta 90 mil toneladas por ano e é o maior do Brasil - a Letônia conta com um moderno e ágil sistema ferroviário. É este país que o embaixador da Letônia no Brasil, Artis Bertulis, veio apresentar aos empresários e governantes em visita oficial no Rio Grande do Norte. Esta é a primeira vez que ele visita o estado, desde que assumiu a embaixada no Brasil, em 2008.   
adriano abreuArtis Bertulius (do lado direito da foto) apresentou perspectivas de parceria em audiência na FiernArtis Bertulius (do lado direito da foto) apresentou perspectivas de parceria em audiência na Fiern

Junto ao presidente da Federação das Indústrias do RN, Flávio Azevedo, Bertulis discutiu a possibilidade de transformar a Letônia na porta de entrada de bens e serviços potiguares e brasileiros para a Rússia e o Leste Europeu.

Segundo Bertulis, o país tem toda a infra-estrutura necessária para se tornar uma plataforma exportadora dos produtos brasileiros. A malha ferroviária da Letônia liga o oceano Atlântico ao Pacífico, permitindo o transporte de mercadorias duas vezes mais rápido e reduzindo, assim, os custos de logística. "Trabalhamos duro para assegurar que esta via ferroviária ligasse o porto de Riga, na capital da Letônia, à Rússia, Cazaquistão, Uzbequistão e Paquistão", afirma Artis Bertulis.

De olho na parceria com o Brasil, principal exportador de carne bovina e um dos principais exportadores de frutas, Bertulis coloca à disposição um porto capaz de transportar até 400 mil toneladas de bife por ano e um moderno terminal de sucos, sub-aproveitado devido a crise que afetou a Europa. A parceria entre Brasil e Letônia, entretanto, pode ir muito além da exportação de produtos brasileiros a taxas menores. Na última visita do primeiro-ministro letão, Valdis Dombrovski, uma empresa letã e uma sueca, com atuação no Brasil, acertaram a transferência de tecnologia letã para o Brasil. O país, segundo Artis Bertulis, investe pesado em inovação tecnológica. Na Riga Technical University, principal universidade do país, as áreas de maior destaque são energias renováveis, entre elas energia eólica - área onde o Rio Grande do Norte vem se destacando; tecnologia da informação e das comunicações e engenharia de materiais.

Para aproximar os dois países, o vice-reitor da Universidade de Tecnologia de Riga, Modris Ozolins, que também participa da visita oficial ao Rio Grande do Norte, propôs um intercâmbio entre estudantes e professores brasileiros e letões. Segundo ele, os dois países podem manter uma cooperação na área tecnológica, visando, principalmente, a formação de tecnólogos e a transferência de tecnologia. A Letônia também conta com um sistema de ensino artístico voltado, principalmente, para crianças. A explicação é simples: "a Cultura pode gerar negócios", afirma Bertulis.

Para Flávio Azevedo, presidente da Fiern, a parceria pode amenizar o descompasso entre crescimento do Brasil e formação de tecnólogos. O país, segundo ele, tem crescido mais do que a capacidade de formar profissionais. "Nós empresários entendemos que inovação tecnológica é um fator de competitividade. No entanto, no futuro, será um fator de sobrevivência. Quem não inovar, morre. O Brasil errou ao não investir em pesquisa no passado. Nós estamos, através do Sistema S, tentando corrigir este erro. Mas não é suficiente. Só temos uma alternativa, fechar parcerias com quem já tem tecnologia. É aí que a Letônia se encaixa".

Antes do embaixador da Letônia no Brasil visitar o estado, passaram pelo Rio Grande do Norte embaixadores e embaixatrizes da Noruega, Suécia, Alemanha e Bélgica. "Todos demonstraram um claro interesse na economia do Nordeste", relembra Flávio Azevedo. "As distâncias são enormes, mas o potencial é emergente", conclui Artis Bertulis, embaixador da Letônia.

Fonte: Tribuna do Norte (RN) Natal/Andrielle Mendes


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