Um dos principais operadores de terminal "seco" para contêineres no porto de Santos, a Localfrio está próxima de fechar a aquisição de sua primeira operação "molhada" - ou seja, com carga e descarga de navios. A empresa está na reta final das negociações para arrematar 100% das empresas Suata e Atlântico Terminais, que detêm, respectivamente, um armazém alfandegado e um terminal portuário no porto de Suape, em Pernambuco.

O negócio foi aprovado na semana passada pela Secretaria de Direito Econômico (SDE) do Ministério da Justiça, e pode ser anunciado pela Localfrio ainda no fim desta semana. A operação é o primeiro resultado da estratégia de expansão por aquisições lançada pela empresa no início do ano - que tinha em vista também a participação em licitações para novos terminais.

A Suata e a Atlântico terminais são os principais concorrentes do Tecon Suape, o maior operador de contêineres do porto - com capacidade para movimentar até 400 mil contêineres por ano. O Tecon absorveu quase todo o salto na movimentação de contêineres em Suape, passando de pouco mais de 50 mil contêineres movimentados em 2003 para 300 mil em 2008.

A estrutura da Atlântico - com um berço de atracação - e da Suata, terminal seco com capacidade de armazenagem de 1 mil contêineres, é bem menor. Mas pode disputar em preço com Tecon, praticamente monopolista no porto na área. A Suata - abreviação de Serviço Unificado de Armazenagem e Terminal Alfandegado - entrou em operação em 2002, mais ou menos quando o Tecon ampliou suas instalações e aumentou a movimentação de carga.

Hoje com receita de R$ 200 milhões, a Localfrio traçou uma meta ambiciosa de dobrar de receita em cinco anos. A primeira ofensiva foi feita com a tentativa de compra da Armazéns Gerais Columbia, empresa de logística com forte presença em Santos. A empresa acabou sendo arrematada pela EcoRodovias, empresa oriunda do ramo de concessões rodoviárias, por R$ 270 milhões. A receita da Columbia em 2009 foi de R$ 200 milhões.

A Localfrio tem 70% de suas operações concentradas em Santos, mas também tem um terminal seco em Itaguaí (SC) e dois em São Paulo. Com endividamento equivalente a zero, a empresa estudava também a participação em licitações de terminais novos em Santos, como os novos projetos na margem direita do porto.
Fonte: Valor Econômico/Fernando Teixeira | De São Paulo