Comandada pelo empresário Julio Eduardo Simões, a brasileira Locar, classificada entre as 30 maiores operadoras mundiais em logística de carga superpesada, colocou à prova nesta semana sua capacitação ao transportar por terra e mar o submarino Tapajó na Ilha das Cobras, no Rio de Janeiro.
Depois de revisado no galpão do Arsenal da Marinha, o submarino, com 61,20 metros de comprimento, 6,25 metros de largura e 1.400 toneladas de peso, foi colocado sobre uma centopéia rodoviária com 72 linhas de eixos e puxado por dois cavalos mecânicos Oshkosh, cada um equipado com motor de 500 hp.
Da operação em terra, o submarino, em cima do comboio rodoviário, foi transferido para uma balsa oceânica também da Locar, de 75 m de comprimento, 25 m de largura e capacidade para 3.500 t Com apoio de quatro rebocadores, a balsa navegou até o dique seco Almirante Régis. Uma vez acessado, o dique foi alagado para assegurar a flutuação do submarino e posterior retirada da balsa.
Pela dimensão e complexidade, as manobras load out, para lançar ao mar o submarino Tapajó conferem à operação o status de uma das maiores do gênero de movimentação de carga a apoio offshore.
Além do processo de planejamento, certificação, testes e ajustes, que demorou dois meses e culminou no transporte do submarino entre o galpão da oficina ao dique seco Almirante Régis, a operação envolveu equipe com mais 100 pessoas, diretas e indiretas, entre engenheiros, projetistas, soldadores. classificadores e telemetristas.
Com faturamento previsto de R$ 500 milhões para 2010, a Locar atua nas áreas de transporte rodoviário de cargas especiais e excepcionais, remoção industrial, marítima, plataformas aéreas e gruas.
Mais biodiesel para melhorar qualidade do diesel brasileiro
É sabido que o óleo diesel brasileiro não é de boa qualidade para o meio ambiente. Fora das regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza e Recife e nas frotas cativas de ônibus dos municípios de São Paulo e Rio de Janeiro - que utilizam o diesel S50, com teor de enxofre de 50 ppm (partes por milhão) - no resto do País o diesel que alimenta motores de caminhões e ônibus deixa muito a desejar.
Há pelo menos duas ações para melhorar a qualidade ambiental do diesel brasileiro. Uma delas: os investimentos em curso pela Petrobras em processos e equipamentos em suas refinarias.
Outra frente é o biodiesel - óleo extraído de plantas como soja e mamona, por exemplo - que desde 2008 passou a ser ingrediente obrigatório na composição do diesel. O biodiesel começou com 2%, teve a dosagem aumentada para 3% também em 2008, passou para 4% em 2009 e, desde 1º de janeiro, passou a entrar na proporção de 5% em todo óleo diesel consumido no Brasil, exceto o diesel marítimo.
"Para os atuais dados de mercado, a nova mistura deverá gerar economia de divisas da ordem de US$ 1,4 bilhão por ano devido à redução das importações de óleo diesel", informa a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis).
Afora servir de contenção de divisas do País, o biodiesel, a cada litro da nova mistura "diminui em 3% a emissão de CO2, além de reduzir a emissão de material particulado", informa a ANP, que acrescenta. "A introdução do biodiesel na matriz energética brasileira é reconhecida internacionalmente como um caso de sucesso em matéria de uso de combustível renovável em larga escala".
Em 2009, a produção de biodiesel chegou a 1,3 bilhão de litros. O consumo do diesel total ficou na casa de 45 bilhões de litros.
Montadora: menos emprego, mais atração
A indústria automobilística fechou 2009, penúltimo ano do segundo mandato do presidente Lula, com produção de 3,185 milhões de veículos e quadro de 109.053 empregados. Feitas as contas, cada funcionário respondeu por 29,2 veículos montados.
Há dez anos, em 1999, no segundo mandato do presidente FHC, a indústria montou 1,357 milhão de veículos com 85.100 empregados. Cada trabalhador naquele ano deu conta de 15,9 veículos.
Em 1989, ano em que o presidente Collor foi eleito (derrotando o metalúrgico Lula e chamando de carroças os carros brasileiros) as montadoras fizeram 1,013 milhão de veículos com 118.360 funcionários - uma relação de 8,6 carros/ano por empregado.
No regime militar, em 1979, para produção de 1,128 milhão de veículos havia um efetivo de 127.081 empregados, resultando em 8,9 veículos por funcionário, produtividade maior que em 1969, quando pessoas montaram 353.700 veículos (5,8 veículos por empregado)
Em 1959, véspera da inauguração de Brasília, na gestão do presidente JK, a indústria automobilística, fé 96.114 veículos com 29.323 funcionários - produtividade de 3,3 carros por funcionário.
Numa comparação estatística entre 2009 e 1959, decorridos 50 anos, tem-se que a produtividade de veículos cresceu 33 vezes enquanto o efetivo de empregados foi multiplicado por nove.
Não se pode esquecer que a indústria automobilística, que antes fazia do pãozinho à limpeza predial com pessoal próprio, cada vez mais se concentra na criação, desenvolvimento e montagem final dos veículos, transferindo para uma rede de fornecedores aquilo que considera estranho ao seu core business.
Ainda assim, quem tem a indústria automobilística em seu território não quer perder. Quem não tem, faz de tudo para atrair a atividade, até porque ao seu redor, para facilitar a logística e redução de estoques, brota uma cadeia de produtos e serviços com consequências saudáveis para a agregação de valor e renda para as comunidades.(Fonte: Jornal do Commercio/RJ)
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