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Mais um ano bom

 

Crescimento nas vendas norteia planos de negócios de fornecedores de sistemas para movimentação de granéis sólidos

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O cenário não poderia ser mais promissor: movimento recorde de cargas nos portos, maior crescimento histórico na produção de minério, manutenção dos elevados volumes registrados na produção de grãos e a realização de investimentos da ordem de R$ 20 bilhões em projetos portuários exclusivos para a movimentação de granéis sólidos.

 

 

Com isso, pelo terceiro ano consecutivo os fabricantes de equipamentos para movimentação de granéis definem suas estratégias mercadológicas e seus planos de negócios, tendo como perspectiva  o crescimento das vendas.

 

Esse é o caso da gaúcha Kepler Weber, que trabalha com um cenário de forte aumento da demanda. Tanto que a companhia, hoje com sua operação voltada exclusivamente para o mercado de grãos, vem avaliando a possibilidade de ampliar seu campo de venda. O novo mercado em questão é o setor de mineração, mais especificamente o segmento de minério de ferro, cuja produção brasileira em 2011 registrou o maior crescimento anual da história - de 25%, com um volume de 467 milhões de toneladas -, sendo que as projeções do setor apontam para a continuidade dos números positivos este ano. “Estamos em plena fase de ampliação de nossa atuação em segmentos além do de grãos vegetais e avaliando com muita atenção o mercado de movimentação de minérios”, informa o superintendente comercial da Kepler Weber, João Tadeu Franco Vino.

A companhia inaugurou em maio último o Centro de Pesquisas e Desenvolvimento – Cetek, único do gênero na América Latina, voltado para inovação, pesquisa e desenvolvimento de produtos e tecnologias no segmento de equipamentos para armazenagem de grãos e movimentação de granéis sólidos. E, segundo o executivo, estão previstos investimentos significativos no desenvolvimento e produção de novas máquinas. Franco Vino prefere não falar em cifras, mas garante: “Temos um plano quinquenal de investimentos e é através da aplicação desses recursos que levaremos a empresa a ser uma das duas maiores do mundo no segmento”.

O otimismo da Kepler Weber em relação às possibilidades do mercado é mais do que justificado, não se baseando apenas em projeções estatísticas, mas sim em resultados: a empresa registrou no primeiro trimestre deste ano um aumento de 60,9% em sua Receita Líquida, em comparação ao mesmo período em 2011 – R$ 97,7 milhões contra R$ 60,7 milhões, respectivamente. O lucro líquido nos três primeiros meses de 2012 foi de R$ 3,4 milhões, frente ao prejuízo de R$ 3,2 milhões computado em igual período no exercício financeiro anterior.

Classificado como “atípico” pela própria companhia, o resultado é creditado pelo diretor presidente, Anastácio Fernandes Filho, “ao nível excepcional da carteira de pedidos formada no final de 2011”. Ano, aliás, no qual a performance das vendas não deixou a desejar. O faturamento de R$ 495 milhões representou um crescimento de 20% em relação às vendas realizadas em 2010. “Obtivemos um bom resultado final. Nosso crescimento nas exportações e no segmento de DPS (peças e serviços) foi acima do planejado”, diz o superintendente comercial.

No setor de movimentação de grãos, nem mesmo a previsão de redução da safra nacional 2011/2012 – estimada em 159,20 milhões de toneladas, 2,2% inferior à obtida na safra 2010/2011, quando atingiu 162,84 milhões – deverá afetar os planos de negócios da Kepler Weber. Franco Vino pondera que “as safras agrícolas estão sujeitas a este tipo de variação na produção, e sabemos que no longo prazo a tendência é de crescimento”.

Na análise da empresa, o mercado potencial de equipamentos de movimentação de granéis sólidos no Brasil supera a cifra de R$ 2 bilhões anuais. “Nosso planejamento é de longo prazo. É lógico que estamos atentos ao crescimento do agronegócio e levamos em conta as tendências de mercado. Caso percebamos alguma coisa que coloque em risco nosso plano de crescimento, nos adaptaremos à nova situação. Mas em nosso entendimento os dois segmentos, de grãos e minérios, estão crescendo e trazem oportunidades”, diz o executivo.

Essa também é a avaliação do grupo alemão Kranunion, especializado em design e produção de guindastes e transportadores de cargas pesadas para portos, estaleiros, siderúrgicas, ferrovias e outros ramos industriais. Formado pelas empresas Kirow, Ardelt e Kocks, o grupo está se instalando no Brasil através da Kranunion – Gruas e Sistemas de Transporte e já está prospectando oportunidades para fabricar os componentes dos seus  produtos no país. “O objetivo é poupar esforços logísticos e custos e para isso precisamos de uma rede de parceiros aqui no Brasil. Atualmente estamos trabalhando para construí-la”, informa Hartmut Seifert, diretor gerente da Kranunion.

Segundo ele, o rápido desenvolvimento da economia brasileira e sua crescente integração no comércio global durante a última década, que resultaram em grandes investimentos em infraestrutura e em sistemas de transporte, foram decisivos para a ampliação das operações do grupo no país. “O mercado brasileiro tornou-se bastante interessante para nós. Especialmente nestas áreas a Kranunion é um potencial fornecedor para equipamentos com os mais altos padrões de engenharia e reputação em todo o mundo”, diz o executivo, lembrando ainda que a Kranunion oferece uma vasta gama de diferentes designs de guindastes para quase todas as necessidades nos portos e nos terminais intermodais.

“Os grandes portos no Brasil estão em expansão. Eles movimentam mais do que 90% do comércio brasileiro com países estrangeiros e têm atingido em muitos casos seu limite, precisando ser expandidos. Mais e mais os terminais intermodais regionais serão construídos. De modo que guindastes para manuseio dos materiais a granel, cargas em geral e contêineres desempenham um papel decisivo neste processo”, argumenta Hartmut Seifert. Ele informa que para diferentes tipos de manipulação de carga, a empresa oferece uma vasta gama de guindastes. Como exemplo, cita o Tukan Kangaroo com funil de carga integrado, para manuseio de granéis, classificado como de alta eficiência e ecológica aceitabilidade e taxas de manipulação de 2000 t/h.

“Um outro exemplo é o descarregador de navio Digger da Kocks. Este guindaste com seu comprovado sistema de corda pré-tensionada, com principal e auxiliar trole, é capaz de manusear mais do que três mil toneladas de material a granel por hora continuamente e durante turnos completos. Entre outros destaques técnicos um dispositivo antibalanço, um sistema de controle de posicionamento automático e um sistema de proteção de poeira garantem o alto desempenho e a aceitação ambiental deste tipo de guindaste”, garante o executivo. As relações comerciais do grupo no Brasil começaram na década de 60, mas somente após a recente negociação de sete transportadores de carga pesada e um guindaste móvel para manuseio de gusa líquido e escória da Kirow para a Companhia Siderúrgica do Atlântico (da ThyssenKrupp), no Rio de Janeiro, o grupo decidiu se estabelecer no Brasil.

Para a Industrial Pagé, existe um mercado em franca expansão para as empresas do setor que estiverem preparadas para atender a essa demanda. “O incremento da produção brasileira de grãos ao longo das últimas safras, comparado à atual capacidade estática de armazenamento instalada no país, é um forte sinalizador da perspectiva de crescimento”, analisa Adenilson Vilella, diretor comercial da empresa, uma das líderes na fabricação de equipamentos para armazenagem e beneficiamento de grãos, que em 2011 registrou um crescimento de 20% em suas vendas.

Em 2010, a empresa já havia alcançado uma participação de mercado acima das expectativas, contabilizando 350 obras só em território nacional. Somente no Paraná, onde há uma busca constante no aprimoramento da agricultura, a Pagé contribuiu com a instalação de 72 unidades em vários de seus municípios. “A constante modernização e otimização dos equipamentos voltados para as culturas agrícolas, faz do Paraná, nas áreas de armazenagem e beneficiamento de grãos, uma contínua e promissora fonte de negócios”, destaca Vilella.

Esta perspectiva de crescimento, na sua avaliação, deverá ser mantida em 2012, inclusive no Rio Grande do Sul.  “O mercado de armazenagem no Brasil tem muito a crescer e vai continuar crescendo. No RS não é diferente, apesar da boa estrutura existente. Ainda teremos muitos anos pela frente até atingirmos a capacidade estática ideal para um país produtivo como o nosso”, avalia.

Segundo ele, as empresas precisam estar cada vez mais preparadas tecnologicamente para atender a essa demanda. “Nós da Pagé estamos constantemente investindo em conhecimento e preparação de pessoas para atender a esse mercado que cada vez nos surpreende com novas tecnologias e produtividades. O crescimento da produção de grãos implica irremediavelmente na modernização e na ampliação da capacidade estática. Como o país é uma das últimas fronteiras em produção de alimentos para o mundo, a tendência é de que o governo, através de financiamentos, venha a incentivar os produtores a se estruturarem cada vez mais.”

Graças ao desenvolvimento e à implantação de novos projetos portuários em países como Índia, Marrocos, Indonésia, Austrália, China e Brasil, as atividades da Cargotec Bulk Handling AB. estão a pleno vapor. Especificamente no Brasil, onde é representada pela Interocean Engenharia & Ship Management, a divisão de equipamentos para operação portuária do grupo europeu Cargotec prevê um cenário de crescimento em 2012. “Fruto do sucesso das operações do Siwertell para descarga de carvão em Pecém”, afirma o diretor Paulo Lemgruber. Ele refere-se ao descarregador contínuo de carvão Siwertell ST-900-FT, com capacidade de 2,4 mil toneladas/hora, instalado em novembro do ano passado no porto de Pecém, no Ceará.

O equipamento está em operação desde dezembro e completou em maio passado o quinto descarregamento, informa Ney Barretto, executivo da Interocean. “Cada descarregamento tem sido efetuado com maior eficiência do que o anterior devido a maior familiaridade dos operadores com o equipamento.” Classificado como mais leve que os demais carregadores do mercado (cerca de 35% a menos do peso de equipamentos concorrentes, como os de tipo bucket chain), o Siwertell é um equipamento do tipo parafuso (screwtype) em forma de pórtico, que se movimenta sobre trilhos e é altamente articulado. É produzido sob medida para os clientes e sua capacidade pode variar de 300 a 2,4 mil toneladas/hora.

O Siwertell de maior capacidade tem 50 metros de altura e pesa aproximadamente 870 toneladas (560 + 310 de contrapeso), enquanto um bucket gira em torno de 1,6 mil toneladas. De acordo com Paulo Lemgruber, com um grande diferencial de performance e qualidade para os clientes, garantindo maior rendimento, o descarregador de carvão atinge 2,8 mil toneladas/hora nas operações de pico e 2,4 mil toneladas/hora nominais com apenas uma máquina, um operador, numa operação sem vazamentos e poeiras dispersas no meio ambiente. Até então, o único Siwertell em operação no Brasil estava instalado há 12 anos no terminal de Itacoatiara (AM), da Hermasa. Ainda sob a ótica do aprimoramento tecnológico dos equipamentos comercializados pela Cargotec-Siwertell, unidade da Cargotec Bulk Handling AB. para descarregadores e carregadores de granéis sólidos, Lemgruber destaca “o especial carregador de navios instalado em Vila do Conde, no Pará, para embarque de 2,5 mil toneladas/hora de alumina, sem vazamentos, assim substituindo outro antigo carregador de menor capacidade e notória fonte de poluição neste porto da CDP (Companhia Docas do Pará)”.

Apenas no que se referem às operações da Cargotec Siwertell, o mercado brasileiro responde por 10% das vendas mundiais da Cargotec Bulk Handling AB. Considerando o potencial do mercado de equipamentos de movimentação de granéis sólidos no país, o diretor da Interocean afirma que esta participação poderá ser significativamente maior no futuro. “Podemos triplicar as nossas referências, pois temos a melhor solução para a expansão das capacidades, trocando equipamentos dos anos 60 e 70, quando o Siwertell estava sendo inventado e com sua introdução em 1974, por modernos equipamentos deste século XXI.”

Segundo ele, com a combinação ideal de performance, economia de energia por tonelada transbordada, eliminação das perdas e da poluição garantida por seus equipamentos, a companhia pode contribuir de forma decisiva para o desenvolvimento do mercado. “Temos tudo que o mercado necessita para modernizar suas instalações portuárias, com os menores impactos ambientais. Podemos, por exemplo, dobrar a capacidade (do porto) de Paranaguá sem necessitar construir mais nenhum metro de cais novo, reduzindo os impactos ambientais, reduzindo o tempo de carga e descarga dos terminais existentes, assim atendendo mais rapidamente a maiores quantidades e volumes de carga dos navios, beneficiando a todos, com o melhor custo benefício do mercado mundial em granéis sólidos.”

Na avaliação do executivo, o setor de mineração é de longe o mercado com maior potencial de crescimento das vendas. “Os terminais de descarga de carvão com seus antigos guindastes, sofrendo seguidos acidentes, paralisando as operações portuárias e ainda operando no padrão do passado, com guindastes de caçambas, quando na Ásia diversos terminais estão operando com os modernos Siwertell, sendo que dois deles em Taiwan e Coreia do Sul, descarregam navios de carvão capesizes em apenas um dia”, argumenta. “São terminais equipados com diversos Siwertell, atingindo 10 mil toneladas/hora de carvão e assim liberando o cais para o próximo navio”, continua ele, “operam com a mínima retenção do navio na descarga, resultando em economias para os armadores, os clientes importadores do carvão e o operador portuário”.

Contundente  em  sua  análise, Lemgruber pondera, no entanto, que os exemplos citados “são do conhecimento das empresas brasileiras e serão seguidos brevemente nas futuras modernizações portuárias”. Ele aponta a legislação brasileira como o principal entrave à modernização do sistema e, consequentemente, à alavancagem da infraestrutura portuária nacional para operação de granéis. “As maiores dificuldades são criadas pela própria legislação para implantação de novos terminais privativos, com questões como o foco estatizante da SEP e as de licenciamento ambiental, notadamente na Amazônia, com potencial de desafogar o trânsito para os portos do Sul e Sudeste, com suas filas, desgastes das rodovias e maiores custos para os nossos produtores.”

 



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