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Mau tempo e grande procura afetam operação de navios em Paranaguá

O mau tempo continua afetando a operação dos navios no Porto de Paranaguá. Aliado à intensa movimentação no mercado de grãos, que aumenta a procura pelos portos, esse fator explica o grande acúmulo de navios para atracar. Nesta quinta-feira (21), das 95 embarcações que aguardavam para atracação, 46 eram de fertilizantes e 38 vão embarcar granéis sólidos.

“Para entender essa grande concentração de navios, além da chuva é preciso considerar os granéis para exportação, o início da safra de milho, que já começa a ser escoada, porque os produtores precisam liberar armazéns no interior, e o bom preço da soja no mercado internacional, que estimula as exportações”, explica o superintendente dos portos de Paranaguá e Antonina, Luiz Henrique Dividino.

Na quarta-feira (20), a saca de soja em Paranaguá estava cotada a R$ 68 e o dólar, avaliado em R$ 2,05, uma das melhores cotações dos últimos anos - fatores que estão estimulando as vendas das commodities brasileiras. Mas a corrida para vender a soja para fora do País é dificultada pelo mau tempo. Somente na quarta-feira, foram 22 horas e 20 minutos de chuvas, permitindo o embarque de apenas 4 mil toneladas de grãos pelo corredor de exportação. Sem chuvas, chegam a ser embarcadas 90 mil toneladas de grãos num único dia.

Dividino ressalta que o estoques de grãos nos silos é de pouco mais de 590 mil toneladas, enquanto os 38 navios que aguardam para serem carregados somam 2,5 milhões toneladas. “Se todos os navios atracassem simultaneamente, não haveria carga para abastecê-los. Isso demonstra que muitos são encaminhados a Paranaguá sem ter carga negociada, e esperam ao largo não por ineficiência da operação portuária, mas também por estarem esperando a consolidação de suas cargas”, afirmou.

Paranaguá é considerado o porto com maior liquidez de embarques fob. “Isso quer dizer que oferecemos ao mercado a melhor plataforma de carregamento de granéis sólidos de origem agrícola”, explica Dividino. Os clientes podem comprar produtos de vários exportadores, compondo a carga que vai num único navio a partir de diferentes terminais. O sistema de pool, que interliga os sete terminais privados e os dois públicos ao Corredor de Exportação, é que permite esta operação diferenciada e muito mais vantajosa para o comprador.

FERTILIZANTES – Pelo lado das importações, o desembarque de fertilizantes é a operação mais prejudicada pelo mau tempo. Nesta quinta-feira (21), eram 46 navios ao largo carregados com o produto, aguardando para atracar. Juntos, eles somam pouco mais de 1,3 milhão de toneladas para serem desembarcadas. Os armazéns de retroárea que recebem fertilizantes têm capacidade para cerca de 2,5 milhões de toneladas e estão com 80% do espaço tomado.

Para tentar identificar alternativas de ganho de produtividade para o setor, a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina convocou uma reunião com todos os operadores do sistema de fertilizantes. “Nossa ideia é verificar onde pode haver ganhos de produtividade e otimizar as operações nos períodos de intervalo das chuvas”, explicou Dividino.

De segunda-feira até ontem, o desembarque de fertilizantes foi paralisado por 34 horas e meia em função das chuvas. Assim, apenas 25 mil toneladas de fertilizantes foram desembarcadas dos navios nestes três dias. A Appa conta com oito berços para recebimento de fertilizantes, seis em Paranaguá e dois em Antonina.

Nesta época do ano, normalmente tem-se pouca chuva. No entanto, para 2012, a previsão dos meteorologistas é que o inverno seja mais chuvoso, dificultando os embarques.

MERCADO – De acordo com dados do Sindicato da Indústria de Adubos e Corretivos Agrícolas no Estado do Paraná (Sindiadubos), a importação de fertilizantes no Brasil, no primeiro trimestre do ano, foi bastante inferior à do mesmo período do ano anterior. A explicação para isso foi a redução no preço de algumas commodities no mercado internacional, que fez com que os produtores retardassem a decisão de plantio e adiantassem a comercialização de alguns produtos. Fora isso, o setor de fertilizantes terminou o ano passado com bons estoques, dando fôlego para retardar o processo de importação.

De janeiro a maio deste ano, foram importadas pelo Porto de Paranaguá 3,1 milhões de toneladas de fertilizantes, volume 18% inferior ao registrado no mesmo período de 2011. No entanto, o segmento já começa a apresentar uma recuperação. Em maio, foram importadas 900 mil toneladas, contra 850 mil no mesmo mês em 2011, o que representa alta de 5%.

De acordo com Décio Luiz Gomes, secretário executivo do Sindiadubos, o volume de importações dos fertilizantes é determinado pela demanda no campo que agora começou a aumentar. “As empresas estão começando a repor seus estoques”, explicou.

“Da mesma forma que o aumento do dólar motiva as exportações, ele retarda a importação de fertilizantes, na expectativa de uma eventual queda nos preços”, explica o superintendente da Appa.

Fonte: Agência Notícias do Paraná






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