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Mesmo com atrasos do PAC, perspectiva é de grandes obras

Há quem aponte a proximidade das eleições. Outros, a falta de estrutura no governo federal para aprovar e liberar recursos. O fato é que o balanço do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) mostra que uma quantidade enorme de obras ficará para ser concluída em 2010. Um levantamento encomendado por um grupo de empresas do setor de infraestrutura constatou que, de R$ 635 bilhões em investimentos do PAC previstos para serem feitos entre 2007 e 2010, R$ 338 bilhões, foram liberados até agosto deste ano. Os quase R$ 300 bilhões que faltam talvez não saiam do papel até o fim do ano que vem, mas a perspectiva de grandes obras movimentando a economia em 2010 é generalizada.

Além da definição de megaprojetos como o trem-bala e a usina de Belo Monte, o ano será sacudido pela aproximação da Copa de 2014 e a Olimpíada de 2016, que podem injetar pelo menos mais R$ 53 bilhões na economia. Para Paulo Godoy, presidente da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústria de Base (Abdib), a previsão é de que os investimentos em 2010 sigam em aceleração. Os desembolsos do BNDES para o setor passaram de R$ 37,9 bilhões em 2008 para R$ 55,8 bilhões em 2009 (até outubro). A previsão no BNDES é de que os desembolsos para empresas do ramo de transportes, energia, telecomunicações e saneamento aumentem mais 20% em 2010. Pelos dados da Abdib, a crise não vai abortar o ciclo de expansão.

De R$ 55 bilhões investidos em infraestrutura em 2003, o cálculo passou para R$ 106 bilhões em 2008. A projeção é de um gasto total de R$ 160 bilhões em 2015. A Associação Brasileira de Tecnologia para Equipamentos para Manutenção (Sobratema), que reúne empresas como Odebrecht, Camargo Corrêa e Vale, encomendou um estudo para prever a demanda por máquinas para construção civil, a chamada "linha amarela", em 2010. Com demanda diretamente ligada ao comportamento dos canteiros de obras, o ramo deve ter um crescimento de 24% nas vendas em 2010, mais do que compensando a queda de 23% projetada para 2009. Segundo Luiz Fernando Santos Reis, presidente do Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada (Sinicon), os dois projetos mais aguardados pela iniciativa privada em 2010 são a usina hidrelétrica de Belo Monte e o trem-bala Rio-São Paulo, investimentos de R$ 16 bilhões e R$ 34 bilhões respectivamente. Belo Monte se destaca não só pelo montante de investimento - empresas preveem até o dobro do valor estimado pelo governo -, mas pela importância no desenvolvimento industrial do país.

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A usina terá uma potência de 11 GW, aumentando em cerca de 10% a potência instalada nacional. Por não contar com grandes reservatórios, porém, sua geração média deverá ser de 4,5 GW. "Sem sombra de dúvidas, a usina de Belo Monte será a maior obra do país. A licitação já era esperada para este ano, mas estamos em fase de discussão ambiental. Não está em discussão, porém, a importância da usina para o Brasil. É fundamental que ela seja feita, é um fato consumado", diz Reis. O trem-bala, por sua vez, é citado pelo empresário como uma obra de possibilidade "mais remota". Segundo ele, a insistência do governo no projeto é o que tem dado segurança de que a obra vai sair, mas há detalhes nebulosos. "Ainda não está clara a viabilidade econômica do projeto." A previsão do governo, que prepara o edital para análise do Tribunal de Contas da União (TCU), é de que o ato seja publicado em fevereiro de 2010, e a licitação, iniciada em maio.

Uma nova rodada de licitações de rodovias também é vista com reservas pelo setor privado, segundo Reis. "Tenho dúvidas se sai no ano que vem." No último balanço do PAC, o governo prevê para abril de 2010 o leilão de três trechos de rodovias federais que cruzam Minas Gerais (BR-040, BR-116 e BR-381). Hoje, o projeto está em análise no TCU e a previsão é de que o edital seja lançado até o fim de fevereiro no ano que vem e a licitação, iniciada em abril. Reis diz que há uma grande preocupação com o ritmo de execução dos investimentos no setor de transportes. Segundo o Sinicon, a previsão para 2009 era de R$ 11,4 bilhões de investimentos do Orçamento Geral da União e R$ 10,7 bilhões do PAC. Até novembro, apenas cerca de 20% tinham sido pagos efetivamente. "O problema hoje nem é tanto conseguir iniciar as obras, mas dar agilidade às que já estão em andamento." Mesmo assim, o dirigente acredita que os investimentos em infraestrutura devem crescer no ano que vem. Ainda que não esteja previsto no PAC, o Rodoanel leste, com 45 km e um custo estimado em até R$ 5 bilhões, é o maior projeto em gestação no setor rodoviário. É o mais caro dos trechos do Rodoanel já executados, e só não saiu do papel porque depende da modelagem financeira do negócio, ainda em elaboração no governo. A previsão é de lançar o edital no começo do ano que vem - provavelmente no fim de maio.

A Copa do Mundo deve impulsionar os investimentos em infraestrutura em 2010. Segundo cálculos do Sinicon, serão cerca de R$ 106 bilhões em obras nas 12 cidades-sede, divididos em estádios (R$ 6 bilhões), infraestrutura urbana como transporte e saneamento (R$ 90 bilhões) e aeroportos (R$ 10 bilhões). "Teoricamente, esses investimentos devem começar no ano que vem para conseguir atender à Copa do Mundo", diz Reis. O governo federal deve aplicar R$ 8 bilhões em transportes como veículos leves sobre trilhos (VLT), trens urbanos e metrôs. Para os estádios, o BNDES financiará até R$ 400 milhões por arena. O Rio de Janeiro investirá para receber, além Copa, a Olimpíada de 2016. A previsão é de que apenas em infraestrutura os investimentos cheguem a US$ 11,1 bilhões, metade desse valor apenas em ferrovias, metrô, ônibus e aeroportos.(Fonte: Valor Econômico/Fernando Teixeira e Samantha Maia, de São Paulo)



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