O ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, disse ontem, quinta-feira (21) que espera que as chuvas de outubro possam ser suficientes para liberar a hidrovia Paraná-Tietê, em São Paulo.
A operação de parte da hidrovia –a segunda mais movimentada do país no ano passado– está paralisada por falta de água nos rios da região.
A interrupção vem causando problemas para produtores de milho e soja, pois a hidrovia é usada para escoar parte da produção do Centro-Oeste até o porto de Santos (SP).
De janeiro a julho de 2013, foram embarcados 1,4 milhão de toneladas de grão pela Tietê-Paraná. Neste ano, no mesmo período, foram escoados cerca de 500 mil toneladas.
O ministro afirmou que as autoridades de São Paulo e da ANA (Agência Nacional de Águas) estão trabalhando para conseguir aumentar a vazão do rio e tentar restabelecer o transporte de barcaças, usado para transporte de produtos agrícolas.
"Gostaríamos de ver essa situação restabelecida, mas isso vai depender das chuvas na região", disse.
De acordo com ele, por enquanto, a alternativa será usar caminhões e trens para o transporte que era levado pela hidrovia. "Há uma expectativa de que a partir de outubro já comecem a voltar as chuvas."
Em junho, o governo paulista solicitou ao ONS –órgão que administra o setor elétrico brasileiro– e à ANA o remanejamento de parte do volume de água que está sendo represado em hidrelétricas ao norte do Estado, mas teve o pedido negado.
O ONS argumentou que a medida "não é cabível", pois contraria a "estratégia de operação definida para garantia do atendimento energético" do país.
Agora, o governo de São Paulo afirma vai entrar na Justiça contra o ONS, para restabelecer o nível de água da hidrovia para retomar o transporte por lá.
O Departamento Hidroviário diz que o remanejamento proposto possibilitaria a retomada de um terço da capacidade da hidrovia.
TRILHOS
Palestrante no VI Brasil nos Trilhos, evento promovido pela ANTF (Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários), em Brasília, Paulo Passos afirmou que ainda não há uma data para o primeiro leilão de ferrovias do programa de concessões, o trecho entre Campinorte (GO) e Lucas do Rio Verde (MT).
Esse é o único dos 12 leilões prometidos que tem autorização para ser realizado, mas o governo ainda não lançou o edital por falta de interesse de empresas na construção e operação do trecho.
Segundo o ministro, o governo e as empresas estão conversando para chegar a uma concessão de melhor qualidade.
"Estamos fazendo a sintonia fina", afirmou o ministro.
Fonte: Folha de São Paulo/DIMMI AMORA DE BRASÍLIA
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