A Zona Portuária da cidade do Rio de Janeiro já está recebendo, do Governo Federal, investimentos da ordem de R$ 315 milhões. Os recursos, que fazem parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC-2) serão utilizados na construção de um novo píer de atracação de até seis navios de grande porte (transatlânticos) com capacidade para cerca de duas mil pessoas. Com isso, a capacidade do porto do Rio, no atendimento a grandes navios de turismo, será dobrada, conforme disse nesta terça ao MONITOR MERCANTIL o ministro da Secretaria Especial dos Portos, Pedro Brito, para quem o grande objetivo desses investimentos, visando à Copa do Mundo de 2014 é dar uma estrutura definitiva a área de turismo da cidade que, segundo ele, cresce muito rápido.
- No caso das Olimpíadas, nós já contratamos seis transatlânticos. Com isso, imaginamos ter 12 mil leitos. E esse número pode aumentar mais se for necessário. Isso vai ser dimensionado quando estivermos mais perto das Olimpíadas.
O ministro explicou que esses investimentos no porto do Rio fazem parte de um programa maior do setor portuário fluminense que já está sendo implementado.
- Estamos dragando o porto do Rio para 15 metros de calado (profundidade). Isso vai transformá-lo definitivamente. Dependendo da área do porto, o calado passa de 10 metros para 15 metros. Com isso, o porto do Rio vai competir com o de Santos na atracação de navios. Vamos aumentar em mais de 30% a capacidade de movimentação de carga no porto do Rio. Os navios vão dobrar de tamanho e isso vai dar mais eficiência, vai dar mais competitividade e reduzir o custo dos fretes para o Brasil. O porto de Itaguaí, que recebe o mesmo tipo de investimento, vai ter o complexo portuário do Estado do Rio que vai ter padrão e classe mundial.
Pedro Brito, que participou do seminário “Rio de Janeiro em anos de desenvolvimento", organizado pelo IBEF-Rio e Deloitte, no Rio, ressaltou ao MM que os investimentos também acontecerão em outras áreas, uma vez que o porto não funciona sozinho. Segundo ele, o porto faz parte da cadeia logística mas, para ser eficiente, não pode prescindir de ferrovias, hidrovias e rodovias eficientes.
- Isso é um complexo logístico que, no caso do Rio, precisa de muita atenção nos acessos terrestres que vai permitir que esses investimentos na dragagem, no reequipamento do porto possam dar resultados.
Quanto a possíveis gargalos existentes no setor portuário, frisou que, quando se fala em logística, sempre aparecem gargalos de toda a ordem.
- Quando se resolve um, aparece outro. Quando iniciamos o diagnóstico do setor no país, o maior gargalo que apareceu foi à questão dos calados nos diversos portos. Então, criamos um programa nacional de dragagem, no qual está sendo investido R$ 1,6 bilhão, e estamos fazendo a dragagem dos 20 mais importantes portos do país, inclusive o do Rio e o de Itaguaí que vai ter uma profundidade de 20 metros.
Brito explicou que o programa nacional de dragagem está removendo os gargalos que existiam no setor. E acrescentou que, de agora em diante, a preocupação do governo é com a acessibilidade terrestre aos portos.
- O porto precisa ter uma acessibilidade terrestre que de condição de atendimento rápido as diversas cargas que chegam e saem. Também temos a burocracia que é um gargalo que precisa ser removido. Criamos um projeto chamado porto sem papel que já está sendo implantado no porto do Rio, no porto de Santos e no porto de Vitória para reduzir a burocracia, o tempo de espera dos navios e reduzir custos. Então isso é um trabalho permanente de quem está à frente de qualquer sistema logístico.
Fonte: Monitor Mercantil/Marcelo Bernardes
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