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MMX ganha sócio sul-coreano e compra porto da LLX

SÃO PAULO (Reuters) - A mineradora MMX, de Eike Batista, fará um aumento de capital de 2,2 bilhões de dólares para acomodar o ingresso de uma novo sócio estratégico da Coreia do Sul e fechou acordo para comprar o porto do Sudeste da LLX, do conglomerado do empresário.

A primeira operação reforçará o caixa da MMX para aquisições de minas, enquanto a segunda dará à mineradora a infraestrutura necessária para escoar sua produção e de terceiros.

"A MMX se torna consolidadora no quadrilátero ferrífero (MG). Uma empresa de mineração é essencialmente uma empresa de logística", afirmou Eike a jornalistas nesta segunda-feira. "(A MMX terá) quase 2 bilhões de dólares em caixa, zero de dívida e sócios extraordinários."

A sul-coreana SK Networks comprará 700 milhões de dólares em novas ações da MMX, por 13,963 reais por papel, preço 8 por cento superior ao fechamento na última sexta-feira.

Antes da SK, em dezembro do ano passado, a siderúrgica chinesa Wisco concluiu a aquisição de 21,5 por cento da MMX.

"A Wisco é nossa autoestrada para China e a SK é nossa autoestrada para Coreia", afirmou Eike, ressaltando que os sócios estrangeiros serão consumidores do minério da MMX.

No aumento de capital da MMX, Eike e outras partes concordaram em ceder à SK Networks parcela do direito de preferência na subscrição de novas ações da mineradora.

Considerando adesão de todos os acionistas da MMX ao aumento de capital, a holding de Eike, a EBX, ficará com 35 por cento do capital da mineradora, ainda no controle. A SK Networks terá 11 por cento, a Wisco manterá sua posição de 21,5 por cento e o restante ficará em circulação no mercado.

Fonte: Reuters/Brasil Online

O plano atual da MMX prevê chegar à produção de 33,7 milhões de toneladas até 2015, mas Eike já manifestou em outras ocasiões o desejo de criar uma "quase Vale" com 130 milhões de toneladas de minério, sem estipular um prazo para isso. "Essa nossa quase Vale aqui está ficando em pé", voltou a cunhar o empresário.

Segundo ele, com o Superporto do Sudeste é natural que outros grupos passem pela logística da MMX para transportar seu minério. "A carga vai automaticamente parar na nossa mão", disse. "Não adianta ter minério de ferro em Minas Gerais se você não tem como escoar", acrescentou.

No fechamento do mercado, as ações da MMX exibiram alta de 1,62 por cento a 13,14 reais. As da LLX caíram 6,48 por cento, a 10,10 reais, depois de terem disparado 8 por cento na última sexta-feira. O Ibovespa teve valorização de 1,8 por cento.

DEBÊNTURES PERPÉTUAS

A compra do Superporto Sudeste da LLX -70 por cento controlado pela LLX e 30 por cento pela Centennial Asset Mining Fund, de Eike- se dará por 2,3 bilhões de reais através de oferta de permuta.

O porto será cindido da LLX e terá sua denominação alterada para PortX. Quando da aquisição da PortX pela MMX, os acionistas da LLX receberão 1,8 bilhão de dólares em debêntures perpétuas e cerca de 504 milhões de dólares em novas ações da MMX ou em dinheiro.

As debêntures vão remunerar os acionistas da PortX com base em 5 dólares por tonelada de minério de ferro carregado no porto, valor que será corrigido anualmente pela inflação ao produtor dos Estados Unidos.

Com base no transporte de 50 milhões de toneladas, isso representa um fluxo de caixa anual de 250 milhões de dólares aos sócios atuais da LLX. Com 100 milhões de toneladas de minério, o valor sobe para 500 milhões de dólares.

O porto está sendo erguido em Itaguaí (RJ), com início de operação previsto para 2012 e investimento de 1,8 bilhão de reais, com capacidade inicial para 50 milhões de toneladas por ano. Poderá ser ampliado para 100 milhões de toneladas de minério de ferro com aporte adicional de 750 milhões de dólares. Segundo Eike, o porto poderá ser ainda mais ampliado, alcançando 130 milhões de toneladas anuais.

CLIENTE PARA MINÉRIO

O acerto com a sul-coreana SK Networks prevê também que a MMX garantirá fornecimento de minério de ferro produzido no Sistema Sudeste (quadrilátero ferrífero de Minas Gerais) no montante mínimo equivalente à participação da companhia sul-coreana na mineradora, além de 50 por cento da produção da MMX no Chile, que em 2014 deverá ser de 10 milhões de toneladas por ano.

A SK opera em 22 países e suas atividades envolvem trading de recursos naturais, petróleo e telecomunicações. A companhia faz parte do Grupo SK, quarto maior conglomerado da Coreia.

As empresas do grupo EBX e a SK Networks esperam assinar o contrato definitivo da operação anunciada nesta segunda-feira em até dois meses.

(Por Cesar Bianconi e Alberto Alerigi Jr.; reportagem adicional de Guillermo Parra-Bernal)


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