A movimentação de cargas na região da Barra Norte, localizada ao longo do Rio Amazonas e seus afluentes, atingiu 49,7 milhões de toneladas em 2024, um crescimento de 4,4% em relação ao ano anterior. Os dados, divulgados pela Associação de Terminais Portuários Privados (ATP) nesta segunda-feira (25), apontam que os Terminais de Uso Privado (TUPs) foram responsáveis por 77,2% desse volume, reafirmando a relevância do setor privado na operação portuária da região.
A Barra Norte tem se consolidado como um corredor logístico essencial para o escoamento de cargas e o comércio exterior brasileiro, com destaque para produtos como soja, milho e bauxita. Os grãos são originários do Mato Grosso e têm como principal destino a China, enquanto a bauxita, extraída pela Mineração Rio do Norte em Oriximiná (PA), é enviada principalmente ao Canadá e à Irlanda.
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Para ampliar a capacidade operacional da região, a ATP tem atuado em três frentes. A primeira inclui a realização de testes de aumento de calado autorizados pela Marinha, com resultados positivos em passagens de navios com até 11,85 metros de calado. A segunda frente envolve levantamentos hidrográficos financiados por operadores da região, que indicaram aumento da amplitude da maré, possibilitando novas janelas operacionais para embarcações maiores. As informações já resultaram na atualização da carta náutica da região.
A terceira frente é a defesa da concessão do canal da Barra Norte, proposta que transferiria ao concessionário responsabilidades como manutenção, sinalização náutica, gestão de tráfego e levantamentos hidrográficos. O objetivo é aumentar a eficiência e a previsibilidade da navegação, reforçando o papel da região como um dos principais eixos logísticos do país.
Segundo a ATP, os avanços obtidos fortalecem a competitividade brasileira no comércio exterior e garantem maior segurança e eficiência para o transporte de cargas pela hidrovia.