Com capacidade para gerar até 50MWh, governo aplicará R$ 150 milhões e tem 2014 como meta para a conclusão
O protocolo de intenções para a instalação de um parque eólico com 20 torres aerogeradoras nos arredores do Porto do Pecém foi assinado ontem pelo governador do Estado do Ceará, Cid Gomes, representantes da Cearáportos e da companhia brasileira MPX - subsidiária para energia da EBX, do empresário Eike Batista. Segundo informou o assessor da empresa cearense que administra o terminal, Luciano Arruda, o empreendimento irá gerar entre 40MWh e 50MWh e está orçado em R$ 150 milhões.
Reunidos em Fortaleza, as partes ainda acordaram para a criação de uma empresa, a qual será responsável pela administração do parque e terá a MPX como acionária majoritária. Arruda adiantou que a Cearáportos será sócia no negócio, "mas que a sua participação na joint- venture será pequena", cabendo a ela apenas a doação da área para a instalação das torres como investimento.
"A Cearáportos terá participação mínima. Afinal, não é objetivo nosso administrar parques. Estamos apenas contribuindo para a geração de energia limpa no Estado", reafirmou Luciano Arruda, lembrando que a eólica "já vem sendo discutida entre a MPX e o Governo do Estado desde 2009".
Energia em 2014
Ele ainda falou sobre a exigência de Cid Gomes para que, em 2014, já se produza energia a partir do empreendimento. E esta produção, entre 40MWh e 50MWh, terá fatia direcionada ao funcionamento do Porto do Pecém como parte do acordo entre as sócias.
"É do interesse do governador o desenvolvimento do Cipp (Complexo Industrial e Portuário do Pecém) associado à geração de energia limpa", afirmou. A quantidade de mega watts para o terminal, no entanto, ainda não foi estabelecida.
Área doada
Sendo necessária a criação da empresa para que o procedimento de instalação seja iniciado, o assessor da empresa cearense garantiu que parte dos 150 hectares onde é planejado instalar as torres já foi desapropriado e a outra está em análise.
De acordo com Arruda, a área corresponde às dunas próximas ao pátio de contêineres do Porto do Pecém. Sobre o cronograma para por em prática os planos estudados na manhã de ontem, ele disse que a agenda fica a cargo da MPX e que a próxima reunião do grupo se dará na Procuradoria Geral da União (PGE).
MPX desistiu de Paracuru
Já possuindo duas usinas termelétricas - uma em construção e outra em fase de conclusão - e uma solar (MPX Tauá) no Ceará, a subsidiária da EBX já possuía planos de instalar um parque eólico em Paracuru, segundo informações apuradas com a Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace).
No entanto, o projeto que geraria 31,5 MWh a partir de 15 aerogeradores na localidade de Flexeiras, teve a licença prévia cancelada em maio deste ano. As informações repassadas pela assessoria de imprensa da superintendência ainda informaram que o documento tinha validade até 14 de janeiro de 2012.
Procurada, A MPX enviou uma nota afirmando que "está atenta a novas oportunidades no setor de energia e estuda a possibilidade da geração eólica no estado do Ceará".
Mais eólicas
Amanhã, o Conselho Estadual de Meio Ambiente (Coema) irá votar a liberação da licença prévia para mais dois novos projetos de eólicas - o São Judas Tadeu e o Fontainha - a serem instaladas no Ceará. Ambas, segundo informou a assessoria da Semace, têm como local o município de Aracati. Em nota, afirmou que "a São Judas Tadeu terá capacidade para gerar 16,2 MW, em nove aerogeradores, em uma área de 89 hectares. A outra, denominada de Fontainha, terá oito aerogeradores e produzirá 14,4 MW. Seu terreno é de 117,57 hectares".
fonte: Diário do Nordeste (CE)/ARMANDO DE OLIVEIRA LIMA
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