A comunidade de Sinimbu começou a articular, ontem, uma mobilização com o objetivo de reivindicar a construção de um acesso asfaltado até a nova rodovia RSC-471, corredor de exportação que ligará o norte do Estado ao porto de Rio Grande. A estrada está em construção no trecho entre Barros Cassal e Santa Cruz do Sul e passa pelo interior de Sinimbu. Em reunião convocada pela Câmara de Vereadores, no final da manhã de ontem, foi definida a formação de uma comissão para liderar a luta.
O prefeito Mario Rabuske, o vice Vanderlei Fredrich e a presidente da Câmara, Ivoni Henn, serão integrantes natos da comissão. Os nomes dos demais membros serão definidos no próximo encontro, dia 13, às 18 horas, na Câmara de Vereadores. Entidades de diversos segmentos, como a Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Sinimbu (Cacis), entre outras, deverão trazer nessa reunião as indicações dos nomes. A primeira missão do grupo será localizar os projetos elaborados pelo Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) ou pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), no período em que ainda se chamava DNER, de estradas no trajeto entre a cidade e a nova RSC-471.
Os líderes do município mostram preocupação com o risco de enfraquecimento das atividades comerciais após a conclusão da RSC-471. Com o término das obras da rodovia, previsto para o segundo semestre deste ano, a população da região serrana que hoje faz compras em Sinimbu terá maior facilidade de deslocamento para outras localidades, principalmente Santa Cruz do Sul.
A presidente da Câmara, Ivone Henn, explica que o encontro de ontem teve por objetivo ouvir os representantes da comunidade e iniciar o processo para a criação da comissão. Ressalta que existe consciência de que a obtenção do novo acesso asfaltado não acontecerá de um dia para o outro. “Mas se não unirmos forças, não vamos conseguir jamais”, observa. O encontro contou com a participação do representante do deputado estadual Heitor Schuch (PSB), Fabiano Dupont, e do deputado federal Sérgio Moraes (PTB).
LUTA POR DIREITO
O comerciante Flamir Henn lembra que há quatro décadas houve a promessa da passagem da rodovia com asfalto pelo município. Mas, até hoje, existe apenas a ligação com Santa Cruz do Sul. Ele destaca a necessidade de ação política para cobrar um direito da comunidade. Antigas tentativas de construção de estradas com asfalto, como do DNIT em 1979 por Linha Cinco, e pelo governo do Estado através do programa Nenhum município sem asfalto – inclusive com a colocação de estacas de marcação ao longo de parte do trecho – foram lembradas pelos participantes. Mas o grupo se mostrou surpreso diante da informação do Daer de que não há projeto na autarquia.
O prefeito Mario Rabuske salienta que não houve, até hoje, uma explicação sobre o motivo da mudança do traçado – inicialmente previsto com passagem pela cidade – para o mesmo trajeto da antiga proposta da BR-153, por Herveiras e Vale do Sol. O deputado federal Sérgio Moraes reitera a necessidade de formar uma corrente, independente de partidos políticos, para reivindicar a obra. Lembra que mesmo sendo uma rodovia destinada ao fluxo de veículos de menor porte, o custo da construção deverá ser de aproximadamente R$ 1,5 milhão por quilômetro. A extensão da estrada deverá se aproximar de 30 quilômetros por Cerro da Mula ou Linha Cristina.
Moraes observa que existe a possibilidade de obtenção de alguns recursos com o governo federal, por meio da bancada gaúcha, para a contrapartida nos serviços. Na avaliação do parlamentar, o primeiro passo deve ser a formação da comissão para buscar os projetos. E sugere que o grupo tente agendar um encontro com a bancada gaúcha em Brasília. Observa que os parlamentares realizam reuniões em Porto Alegre com frequência, quando a comitiva de Sinimbu poderá apresentar a reivindicação para obter recursos para a contrapartida.
Fonte: Gazeta do Sul/Otto Tesche
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