A nova operação promete reduzir em até 12 horas o tempo de permanência dos navios
Uma nova norma, assinada pelo superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (APPA), Mário Lobo Filho, nesta segunda-feira (7), promete reduzir em até 12 horas o tempo de permanência dos navios que utilizam os portos paranaenses. A partir desta terça-feira (8) as embarcações poderão ser reabastecidas no próprio cais durante o embarque e o desembarque de mercadorias.
Anteriormente, esta operação era feita ao largo, ou seja, com os navios distantes do cais. Agora, as balsas com o óleo combustível não vão mais se deslocar até o mar, o que deve tornar o serviço mais barato para os operadores. Segundo a APPA, a medida também deve evitar o congestionamento de embarcações na área de fundeio, onde são feitas as manobras. O procedimento já é adotado por outros portos brasileiros, entre eles o de Santos.
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O novo sistema, de acordo com o superintendente, é mais seguro. “Abastecer um navio que está atracado ao cais é mais seguro que um navio que está em alto-mar”, explicou. Ainda segundo Lobo Filho, o procedimento vai facilitar a fiscalização do cumprimento das normas de segurança. “É responsabilidade da empresa que presta o serviço de reabastecimento manter a segurança no local”, disse o superintende.
Atualmente o abastecimento é feito pela Petrobras. Outras empresas podem realizar o serviço desde que se credenciem junta a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), vinculada ao Ministério dos Transportes. Elas devem seguir as normas de segurança definidas pela portaria 32/2010 da Diretoria de Portos e Costas da Marinha do Brasil que estabelece, entre outras coisas, a instalação de barreiras de contenção no mar envolta da embarcação antes do início do abastecimento.
Contêineres
Outra mudança será liberação de dois berços – parte do cais onde os navios atracam – para o embarque e desembarque de contêineres. Atualmente os porto do Paraná possuem 19 berços sendo dois exclusivos para o Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP). Os berços de número 202 e 208 utilizados para grãos passam a atender prioritariamente os contêineres.
Segundo o superintendente, a mudança foi uma solicitação dos arrumadores (proprietários de navios e cargas). O vice-presidente de operações da Companhia SudAmericana de Vapores (CSAV), David Giacomini, disse que havia uma carência de berços de atracação para contêineres no Paraná. “Santa Catarina já tem seis e estão construindo outros quatro. Então as cargas que poderiam ser embarcadas no Paraná estavam sendo levadas para lá”, conta.
Com os novos pontos, serão criadas janelas de atração, uma espécie de agenda com dia e horário para o navio chegar e partir. Os berços serão públicos por isso será exigido o cumprimento dos horários e atrasos poderão resultar na suspensão da operação. “Já teve navio esperando 9 horas para poder atracar. Agora, se o navio chegar no horário de sua janela não vai esperar nada. Não vai ter incerteza na atracação”, disse Giacomini.
Para usar os novos pontos, os navios precisam ter guindastes de bordo, pois não serão instalados equipamentos em solo. “O cais é frágil e a colocação destes equipamentos poderia provocar danos na estrutura”, afirma.
Fonte: Gazeta do Povo (PR)/ Gladson Angeli
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