O secretário de Gestão do Ministério do Trabalho, Miguel Mario Bianco Masella, anunciou ontem as obras de dragagem, derrocamento e sinalização do Rio Madeira desde Porto Velho até Itacoatiara, em uma extensão de 800 quilômetros, mais outro trecho de 20 quilômetros até Manaus. A obra já tem recursos garantidos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) 2, previsto para o período de 2011 a 2014, e está inserido no programa de melhoramento das hidrovias do Brasil. “As hidrovias oferecem um transporte mais seguro e barato do que as rodovias e por isso o Governo Federal está investindo no setor”, explica Miguel Masella. O anúncio foi feito durante seminário promovido pelo Ministério dos Transportes em Porto Velho.
As obras previstas para o canal navegável do rio Madeira vão permitir uma navegação mais segura durante todo o ano, inclusive no período de estiagem, com investimento de R$ 300 milhões. Os trabalhos deverão ser iniciados em 2011 e concluídos em 2013.
O representante do Ministério dos Transportes também anunciou a ampliação do Porto de Porto Velho, que assim poderá receber cargas especiais como os equipamentos que serão utilizados na construção das UHE do Madeira. O porto será beneficiado com sistema de combate ao fogo e melhoria da rampa de acesso, entre outros benefícios.
Ainda no PAC 2 está prevista a instalação de mais um terminal hidroviário em Porto Velho nas proximidades da comunidade de Aliança. Com recursos do BNDS, a Hermasa construirá um terminal graneleiro em Itacoatiara.
As obras previstas pelo PAC 2 na hidrovia do Madeira exigirão um investimento de R$ 486 milhões e dobrarão a capacidade de carga dos atuais R$ 4 milhões para R$ 8 milhões, servindo como importante ponto de escoamento do grão de soja produzido na região Centro-Oeste.
Localização
Durante o seminário, o prefeito Roberto Sobrinho ressaltou a importância das obras anunciadas nesta terça-feira pelo Ministério dos Transportes: “Estas obras fortalecem a localização estratégica que Porto Velho ocupa, como ponto de interconexão entre o sul e sudeste do Brasil e a estrada que liga os oceanos Pacífico e Atlântico e permite acesso aos mercados europeu e asiático”. Para o prefeito, “esta localização privilegiada deverá atrair indústrias que vão garantir o desenvolvimento econômico de Porto Velho depois do término das UHE do Madeira”.
Porto Velho está interligada ao Oceano Atlântico pela Hidrovia do Madeira e também pela BR-319, via Manaus, que já está sendo recuperada e beneficiada pela ponte do Madeira, cuja obra está em andamento. Por outro lado, o município está ligado à Estrada do Pacífico por meio da BR-364 no trecho que dá acesso a Rio Branco, no Acre, onde está sendo construída a ponte do Rio Abunã, e também por Guajará-Mirim, onde está prevista a construção de uma terceira ponte, que ligará Guajará ao município boliviano de Guyaramerin. A Estrada Interoceânica liga os oceanos Pacífico e Atlântico e desembocará por três eixos diferentes nos portos peruanos de Ilo, Matarani e San Juan.
Segundo Roberto Sobrinho, a prefeitura já garantiu recursos dentro do PAC 2 para a construção do ‘Arco Norte’, uma estrada que será construída a cerca de 18 quilômetros de Porto Velho, em um entroncamento da BR-364, com ligação ao bairro da Balsa, “Esta estrada vai permitir que o trânsito pesado de caminhões da BR-364 seja desviado do centro da cidade”. O prefeito informa que atualmente cerca de 1.500 caminhões passam diariamente pela BR-319 (antiga avenida Jorge Teixeira). A nova estrada também dará acesso ao novo porto da Capital, cuja construção está prevista no PAC 2.
Fonte: Diário do Amazônia/Ana Aranda
PUBLICIDADE