Pauta de reivindicações inclui pendências da greve encerrada em março
Amanhã, o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção de Pernambuco (Sintepav-PE) e o patronal Sindicato da Indústria da Construção Pesada (Sinicon) fazem a primeira reunião de negociação da data-base da categoria. Discutem, de manhã, a pauta de reivindicações, que inclui pendências da greve dos operários das obras do Complexo Industrial Portuário de Suape, encerrada no dia 29 de março. Mas os debates, aparentemente, estão apenas começando e desavenças entre os representantes dos trabalhadores podem voltar a causar problemas.
Pela tarde, o Ministério Público do Trabalho em Pernambuco (MPT-PE) intermediará reunião entre o Sintepav e as comissões de trabalhadores. De acordo com Hélio Cabral, da Coordenação Nacional de Lutas (Conlutas), a pauta que entrará em negociação com o patronato não passou pelo aval das comissões. Ele disse ainda que o Sintepav tenta proibir a atuação das comissões e panfletagens com ameaças. Contra o Sintepav há ainda uma ação civil pública no MPT, por “cobrança indevida de contribuições a trabalhadores não associados ao sindicato”.
O presidente do Sintepav, Aldo Amaral, chamou a intermediação do MPT de “interferência estatal no movimento sindical” e disse que as comissões estão querendo “criar bagunça”. “Levaremos a pauta oficial e as contrapropostas serão avaliadas pelo sindicato e levadas para assembleia com os trabalhadores”, afirmou. Amaral explicou que o abono dos dias de greve volta para as negociações, assim como o valor da cesta básica, item que, na negociação passada, foi reajustado para R$ 160. “O acordo era de que esse ponto não seria novamente negociado se as empresas aceitassem abonar os dias parados, mas como não foi assim, voltará à pauta”. Amaral negou o envolvimento da diretoria do Sintepav em qualquer ato de violência.
Via assessoria, o MPT disse que “por conta das divergências entre as bases dos trabalhadores no consenso da pauta de reivindicações, agendou encontro com os diversos representantes da categoria (Sintepav, Federação Nacional, Comissão Rnest e Secretaria de Articulação Social)”. Sobre as denúncias de violência contra trabalhadores, o MPT declarou que serão investigadas “no que toca a ceara trabalhista” e, se não houver relação, serão encaminhadas aos órgãos competentes.
MOTORISTAS
Os motoristas de ônibus que atuam no Complexo de Suape concluíram as negociações trabalhistas e conquistaram total de 31,48% de reajuste, resultado do novo valor do salário base, de R$ 1.367,68 e outros benefícios, como aumento de 15% no valor do tíquete alimentação e 30 horas extras mensais.
Fonte: Folha de Pernambuco (PE)/TATIANA NOTARO
PUBLICIDADE