O secretário de Política Nacional de Transporte do Ministério dos Transportes, Marcelo Perrupato anunciou na última quinta feira (19), que o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) aplicará quase R$ 3 bilhões, em quatro anos, em obras de hidrovias. O anúncio foi feito no seminário Hidrovia Paraguai-Paraná, promovido pela Federação das Indústrias no Estado do Mato Grosso (Fiemt), em parceria com o governo do Estado, no auditório Freitas Nobre, na Câmara dos Deputados em Brasília.
De acordo com o diretor de Infraestrutura Aquaviária do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transporte (DNIT), Herbert Drummond, os investimentos serão suficientes para atender as demandas de escoamento da produção. Os detalhes do PAC hidroviário serão divulgados até o final do mês. "Os rios são a bola da vez do transporte brasileiro", enfatizou.
O objetivo do workshop foi discutir os entraves políticos, econômicos e ambientais às melhorias na Hidrovia Paraguai-Paraná, que tem 3.442 quilômetros de extensão, atravessa cinco países (Brasil, Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai) e é considerada importante mecanismo de intercâmbio comercial entre eles. "A luta pela viabilidade de mais este modal logístico não tem início hoje, é a continuidade de um trabalho que vem sendo desenvolvido pela Fiemt há anos, que sempre se preocupou em encabeçar iniciativas em prol do desenvolvimento do setor industrial e de todo o Estado", pontuou o vice-presidente do Sistema Fiemt, José Carlos Job.
A instituição apresentou estudo que aponta subutilização da hidrovia, em função de suas carências infraestruturais. Segundo o estudo, ela tem condições, após os investimentos necessários, de aumentar dos atuais quatro milhões para 24 milhões de toneladas a capacidade anual transporte de grãos. "Essa hidrovia pode fazer com que o Brasil vire de frente para o mercado latino-americano", disse o presidente do Conselho Temático de Infraestrutura da Fiemt, José Alexandre Schutze.
Presente no evento, o diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antonio Pagot, foi enfático ao citar a importância das hidrovias para o desenvolvimento do país e a necessidade de mudança de direcionamento do poder público referindo-se ao tema. "Que é viável todos sabem, mas as hidrovias sempre ficaram para o quinto plano. Ao se discutir orçamento existe dinheiro para tudo, mas não tem para hidrovia, e as que estão em funcionamento hoje têm que ficar de pires na mão para manutenção. Essa não é mais uma realidade que podemos aceitar".
Para breve, espera-se o anúncio do Programa Nacional Hidroviário pela própria presidenta Dilma Rousseff, que deve conter sete eixos e abrangerá todas as bacias hidrográficas do país. Apesar do dinheiro disponível, as obras na hidrovia Paraguai-Paraná têm previsão de início no final de 2012 e se estenderão até 2014.
Na oportunidade, o secretário adjunto de Habitação de Mato Grosso, Tércio Lacerda de Almeida, e o vice-presidente do Sistema Fiemt, José Carlos Job entregaram nas mãos de Pagot o Projeto Executivo de Engenharia da BR-174, que contempla o asfaltamento do trecho Santo Antonio das Lendas – local proposto para a instalação do terminal hidroviário - à BR-070. Após a entrega do documento, o coordenador Executivo do Movimento Pró-Logística, Edeon Vaz Ferreira, fez uma apresentação técnica referente a viabilidade socioeconômica da hidrovia e, em seguida, um debate mediado pelo presidente do Coinfra, José Alexandre Schutze, encerrou o evento.
Também prestigiaram o workshop Hidrovia Paraguai-Paraná o senador Pedro Taques, os deputados federais Wellington Fagundes e Homero Pereira, que manifestaram apoio ao modal, o secretário-chefe da Casa Civil de Mato Grosso, José Lacerda, o procurador do Estado, Rogério Gallo, o secretário adjunto de Desenvolvimento da Secretaria de Indústria, Comércio, Minas e Energia (Sicme-MT), Elio Rasia, o presidente do Conselho Pró-Hidrovia, Pedro Lacerda, entre outras autoridades, representantes das empresas de navegação fluvial: ADM Hidrovia Paraguai, Grupos Lineas Panchita do Paraguai – proprietário do maior porto graneleiro do Rosário, Naveriver – empresa do Grupo H. Dantas, Hidronave, além de especialistas em logística de transportes.
Fonte: UNECOM/Sistema Fiemt com CNI
PUBLICIDADE