Em desenvolvimento pelo governador Camilo Santana, o plano estadual de concessões, que visa estimular investimentos em infraestrutura, levando capital privado para empreendimentos do Estado, como Porto do Pecém, Centro de Eventos e aeroportos de Aracati e Jericoacoara, foi bem recebido pelo setor produtivo e por economistas cearenses. A iniciativa, segundo eles, é uma boa alternativa para manter o Ceará em crescimento em um cenário de contenção de gastos públicos e orçamento limitado.
Para o economista Célio Fernando Bezerra de Melo, por exemplo, o plano de concessões demonstra um certo "alinhamento do Ceará com a política econômica do governo federal". Segundo ele, dadas as restrições em termos de arrecadação e a necessidade de equilíbrio nas contas públicos, a chegada da iniciativa privada pode ser uma excelente alternativa para manter o ritmo de investimento e a competitividade do Estado. "É preciso trazer dinheiro de algum lugar. Não é uma questão ideológica, mas uma necessidade", afirma.
O economista alerta, porém, que o governo precisará se preparar muito bem para as concessões. "O Estado é grande, com várias secretarias. Com as PPPs, será necessário catalogar todos os processos em algum lugar. Haverão muitas demandas que podem concorrer entre si. A governança tem que ser melhor", diz.
Operação otimizada
Para o presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), Honório Pinheiro, as concessões poderão trazer uma melhor operação para empreendimentos que não estão sendo tão bem utilizados pelo Estado, como os aeroportos regionais. "Há um custo bastante elevado em construir equipamentos e não botarem os mesmos para funcionarem da forma como deveriam", opina. "Toda vez que o governo tentou fazer algo que não era muito sua praia, o fez de forma cara e ineficiente. Dessa forma, pode ser uma excelente atitude trazer uma administração privada para dar um ritmo maior. Resta saber como isso será feito", complementa o dirigente lojista.
Quem também se mostrou favorável às concessões foi o economista Alex Araújo, que vê na iniciativa uma forma de "compensar a queda de investimentos na indústria". "É fundamental para a retomada do crescimento econômico. Se o setor industrial não tem mais tanta força, que isso venha da infraestrutura".
Fonte: Diário do Nordeste (CE)/Áquila Leite
PUBLICIDADE