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Pecém lidera as exportações de frutas e calçados no País

Pensado para dar infraestrutura à refinaria e à siderúrgica que o Ceará iria receber há mais de 15 anos, o Porto do Pecém se adaptou a outros objetivos. Hoje passa por reformas para atender a demanda original

Por volta de 1993 o Ceará já vivia na expectativa de receber grandes equipamentos, como uma refinaria e uma siderúrgica. Para que isso se concretizasse era fundamental que um porto oferecesse a infraestrutura necessária. Nasceu assim o Porto do Pecém. Mas nem a refinaria e nem a siderurgia vieram, e o porto que tinha sido pensado com um objetivo, corria o risco de se tornar obsoleto. Com uma localização geográfica estratégica ele acabou enveredando para outros a caminhos e passou a exportar outros produtos, função que ocupa hoje com destaque nacional.

Mas tantos anos depois as expectativas tornam a pautar as obras de infraestrutura do Pecém. Até o final deste ano o equipamento deve receber investimentos no valor de R$ 571,5 milhões. Desse total, R$ 410 milhões estão sendo investidos no Terminal de Múltiplo Uso (Tmut) e R$ 150 milhões na construção e montagem da correia transportadora, que tem o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDES) financiando 80% do total e a contrapartida de 20% do Governo do Estado do Ceará. Também estão sendo investidos pelo Estado R$ 7 milhões para projetos diversos de ampliação do porto e R$ 4,5 milhões na construção do bloco de utilidades, que vai reunir num mesmo espaço serviços como agência bancária, correios, restaurante e outros.

As obras abrangem os novos píeres para atendimento da futura Refinaria Premium II da Petrobrás, píer de granéis para suporte às operações Ferrovia Transnordestina, novos berços de atracação para exportação de produtos siderúrgicos produzidos pela Companhia Siderúrgica do Pecém e novos equipamentos sólidos (minério de ferro, carvão) e carga geral.

O objetivo é permitir a transferência das operações de contêineres e carga geral do Píer 1 para esta nova instalação, ficando assim o Píer 1 liberado para operações com carvão e minério de ferro, além de outros granéis sólidos, diversificando os tipos de cargas movimentadas no Terminal.

A previsão anunciada ontem pelos representantes da Cearáportos é de que o Tmut comece a operar em março de 2011.

Apesar de não ter sido projetado inicialmente para ser um porto de transporte de cargas regulares, o Pecém vem aumentando sua posição no ranking de exportações brasileiras. Segundo os dados da Secretaria de Comércio Exterior, o Pecém lidera a movimentação de frutas e calçados em relação aos demais portos brasileiros, ficando em segundo lugar no transporte de algodão e em terceiro na movimentação de ferro fundido, ferro e aço.

Foram movimentadas através do Pecém 77.630 toneladas de frutas de janeiro a junho de 2010, com participação de 26% em toda a movimentação do país, com o porto de Rio Grande em segundo lugar com participação de 18%. Seguem-se os portos de Santos (13%), Mucuripe (12%) e Itajaí e Natal, com 11% cada um.

No primeiro semestre deste ano o Pecém movimentou 1.173.333 toneladas, com um incremento de 68% em relação ao mesmo período de 2009. A movimentação de gás natural líquido (GNL) teve aumento de 80%, levando-se em conta que de janeiro a junho de 2010 foram transportadas 118 mil toneladas.

NÚMEROS

571,5

MILHÕES DE REAIS SERÃO INVESTIDOS NO PORTO DO PECÉM ATÉ O FIM DESTE ANO

410

MILHÕES DE REAIS SERÃO INVESTIDOS APENAS NO TERMINAL DE MÚLTIPLO USO

68%

DE ACRÉSCIMO NAS EXPORTAÇÕES FORAM REGISTRADAS NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2010 EM RELAÇÃO A 2009.

Fonte: O POVO/Henriette de Salvi


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