O Estado de Pernambuco manifestou o interesse ao governo federal em abrir a gestão do Porto Organizado de Suape à participação da iniciativa privada em troca de investimento para ampliar e modernizar a infraestrutura portuária. O anúncio da decisão do governo estadual foi feito ontem pelo secretário nacional de Portos e Transportes Aquaviários, Diogo Piloni.
O técnico, do Ministério da Infraestrutura, afirmou que o governo estadual tem a preferência pelo modelo de venda de participação, mas sem considerar a perda de controle neste primeiro momento.
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O estudo para encontrar um parceiro privado será contratado, via licitação, pelo BNDES. A previsão é de que seja concluído em até 18 meses. Piloni estima que em seis meses os governos federal e estadual saberão as alternativas para a entrada do investidor na gestão de Suape. O leilão para escolher o sócio privado deve ser no segundo semestre de 2020.
A administração do porto de Suape foi delegada ao Estado de Pernambuco pelo governo federal. Piloni explicou que, após conclusão dos estudos, os governos também vão discutir o modelo de governança que envolve a definição, por exemplo, de quem terá assento no conselho de administração.
"Trata-se de uma quebra de paradigma que vai trazer mais agilidade, competência técnica e governança, sobretudo, ao porto de Suape", afirmou o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, que esteve presente no anúncio.
Piloni afirmou que os estudos vão mostrar quanto o porto de Suape deverá receber de investimentos.
Segundo o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), a ideia é que o governo continue com o controle acionário do porto. De acordo com Bruno Schwambach, secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado, Suape pode duplicar a sua capacidade operacional, mas, para fazer isso com celeridade, precisa não só de investimentos, mas de articulação do setor privado para novas operações.
Em 2017, Suape teve R$ 11,2 milhões de lucro e R$ 172 milhões de receita. A estatal tem patrimônio líquido avaliado em mais de R$ 3 bilhões e não tem dívidas bancárias.
Fonte: Valor