Para driblar a falta de contêineres no mundo, operadores do Porto de Paranaguá (PR) voltaram a embarcar madeira diretamente no porão do navio, o que não ocorria havia oito anos. A modalidade de embarque, chamada de break bulk, foi adotada pela empresa TCP para enviar 1,38 mil toneladas do produto florestal para os Estados Unidos no fim de julho.
“A falta de contêineres no mundo faz o mercado buscar outras soluções”, afirma, em nota, o diretor de operações da Portos do Paraná, Luiz Teixeira da Silva Júnior. O último embarque de madeira para exportação em navios de carga geral foi registrado em 2013.
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“Na época, a oferta de contêineres no mercado facilitou a migração nesse transporte. Os contêineres voltavam vazios, o que barateava o frete”, explica o diretor ao destacar a realidade diferente neste momento.
Segundo a TCP, a madeira é embarcada em blocos diretamente no porão do navio. A operação envolveu mais de 50 colaboradores e foi realizada em 20 horas, desde a chegada do navio na barra de Paranaguá até a saída do terminal.
Neste ano, as exportações de madeira estão aquecidas. De janeiro a julho, o Brasil enviou ao exterior 4,67 milhões de toneladas de madeira, em operações que geraram receita de US$ 2,4 bilhões.
O Porto de Paranaguá é o terceiro do país na exportação do produto florestal. Nos primeiros sete meses deste ano, foram 531.743 toneladas exportadas, com receita de US$ 391,67 milhões.
O volume de madeira embarcada cresceu 10,7% em relação ao mesmo período de 2020 e o faturamento, 65%. Os principais destinos da madeira exportada pelo terminal paranaense são Bélgica, Estados Unidos, China, França e Reino Unido.
Fonte: Valor