O Porto Fluvial de Cáceres será gerido pelo Governo do Estado, em parceria com a prefeitura do município, para que seja reativado e possa melhorar a infraestrutura de escoamento da safra da região. O Termo de Cessão de Uso foi assinado nesta terça-feira (24.09) pelo governador em exercício Otaviano Pivetta.
Segundo o governador em exercício, o objetivo do Governo é ajudar a destravar os fatores que envolvem a retomada do Porto de Cáceres. “Estamos em um esforço grande para entregar resultados para a sociedade mato-grossense”, afirmou Pivetta.
PUBLICIDADE
Conforme o presidente da Companhia Matogrossense de Mineração (Metamat), Juliano Boraczynski, a intenção é de que a gestão compartilhada possibilite a reativação do Porto e a exploração da hidrovia do Rio Paraguai.
“Podemos tornar Cáceres a porta de entrada de fertilizantes agrícolas, e de escoamento de soja, fortalecendo a integração comercial com países vizinhos da América Latina”, explicou.
A expectativa do prefeito de Cáceres, Francis Maris Cruz, é realizar um chamamento público para que o setor privado assuma a gestão e faça as alterações de infraestrutura no local, estimadas em torno de R$ 500 mil.
“Importante para todo o Estado que esse porto funcione em breve. Mato Grosso é o que mais consome ureia no país e a tendência é de aumentar. Já estamos na marca de 1,5 milhão de tonelada de ureia ao ano e podemos importar de forma mais barata pela hidrovia”, ressalta o prefeito, sobre o fertilizante agrícola.
O Porto é de propriedade da União, delegado ao Estado, e administrado pela Metamat desde 1998. Operou até 2012, ano em que terminou a vigência da licitação. O Termo de Cessão de Uso será validado pela Procuradoria Geral do Estado (PGE).
Localizado na margem esquerda do Rio Paraguai, o perímetro portuário tem uma área de influência estimada de 300 quilômetros, ou seja, municípios produtores das Regiões Oeste e Sudoeste de Mato Grosso podem se beneficiar da estrutura.
O documento foi chancelado pelo prefeito; pelo presidente da Metamat; e pelo secretário adjunto de Desenvolvimento Econômico (Sedec), Walter Valverde – representando o secretário César Miranda. Esteve presente na assinatura também o deputado estadual Valmir Moretto.
Rota
A rota proposta ao Governo aponta como ponto final da hidrovia a cidade boliviana Puerto Quijarro, que faz fronteira com Corumbá, em Mato Grosso do Sul. Por lá, a soja mato-grossense entraria no solo do país vizinho e seguiria para beneficiamento por esmagadoras para óleo instaladas nas proximidades. Pelo mesmo ponto, a ureia seria transportada de trem e embarcaria pela hidrovia de volta para Cáceres.
A Hidrovia Paraguai-Paraná abre um leque ainda maior para exportação e importação sem utilizar o modal rodoviário. Do total de 3.442 quilômetros da rota aquaviária, 890 quilômetros ficam dentro do Brasil, passando por Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Na América Latina, a hidrovia passa ainda pela Bolívia, Paraguai, e Argentina. O único trecho que não possui navegação comercial hoje é o que vai de Cáceres até Puerto Quijarro.
Fonte: Governo do MT