Pela primeira vez, em muitos anos, seis grandes navios utilizam os seis berços de atracação em um só dia
Congestionamento no Porto do Mucuripe em Fortaleza. Como não acontecia há muitos anos, os seis berços para atracação de navios do terminal portuário de Fortaleza atingiu ontem, 100% de utilização, exclusivamente, com atividades de movimentação de carga (embarque e desembarque). Enquanto no berço externo do píer petroleiro o navio Guaporé descarregava gás liquefeito de petróleo, do outro lado, no berço interno, o Navio FS Thais descarregava óleo diesel e gasolina.
Paralelamente, no cais comercial, o berço 102 operava com o navio Yue Liang Wan, descarregando asfalto. Nos primeiros oito meses deste ano, o Porto do Mucuripe movimentou 1,28 milhão de toneladas de petróleo e derivados (gasolina, óleos diesel e lubrificantes, gás liquefeito) e isovolt. Desse total, 88 mil toneladas foram de asfalto e de betume de petróleo - um outro tipo cobertura asfáltica -, produtos que não foram movimentados no ano passado, no porto de Fortaleza.
Ao lado, no berço 103 o navio CS Caroline trazia trigo; no berço 104, o Genco Ocean, transportava cimento; enquanto no berço 105, o navio Cherokee Princess embarcava produtos siderúrgicos. Enquanto isso, outras embarcações aguardavam ao largo da costa, para atracar, confirmando o incremento na movimentação de cargas do terminal neste ano de 2010.
"De janeiro a agosto deste ano, já ultrapassamos a marca dos 2,7 milhões de toneladas de cargas movimentadas, entre granéis líquidos, granéis sólidos e cargas conteneirizadas, o que representa um incremento da ordem de 21,56%, em relação ao movimentado no mesmo período de 2009", contabilizou Mário Jorge Cavalcanti, diretor de Infraestrutura e Gestão Portuária da Companhia Docas do Ceará (CDC), empresa de economia mista que administra o Porto de Fortaleza.
Sem lembrar se o porto já havia vivenciado uma situação semelhante, com ocupação integral dos seis berços, Cavalcanti avalia que a movimentação "excepcional" é reflexo do crescimento econômico porque passa o mercado cearense e o País. Por outro lado, revela também a debilidade da infraestrutura portuária do Estado e confirma a importância do Porto do Pecém para o escoamento da produção e importação de insumos, mercadorias e bens de capital para mover a economia cearense. "Essa situação confirma a necessidade de complementaridade dos dois portos", ressalta o diretor da Companhia Docas.
Fonte: Diário do Nordeste (CE)
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