Governo do Estado define, ainda em abril, como será feita a obra de recuperação de quatro dos oito armazéns previstos para serem restaurados e ocupados com novos usos. A previsão é encerrar os serviços até 2014.
A reforma anunciada para o Porto do Recife, que vai permitir a abertura de 1,3 quilômetro de extensão do cais a atividades de lazer, comércio e serviços, já começou e até o fim deste mês avançará mais um degrau. É que o governo de Pernambuco define, ainda em abril, como será feita a obra de recuperação de quatro dos oito armazéns previstos para serem restaurados e ocupados com novos usos. A previsão é encerrar os serviços até 2014.
Arquitetos do Estado criaram os projetos de adaptação dos armazéns 9, 12, 13 e 14. Agora, falta decidir se o governo assume a execução do serviço ou se entrega as propostas, desde o início, à iniciativa privada. A reforma dos quatro armazéns está orçada em R$ 25 milhões, de acordo com o arquiteto Zeca Brandão, coordenador do Núcleo Técnico de Operações Urbanas da Secretaria Estadual das Cidades.
O projeto Porto Novo contempla, além da revitalização dos armazéns localizados na área não operacional do terminal, obras de urbanização do cais. Esse trabalho está em andamento, com a nova pavimentação do passeio projetado ao longo do braço de maré que será disponibilizado para contemplação do público, do armazém 7 ao 14. A obra completa de urbanização custará R$ 25 milhões e terá recursos do Estado.
“Criamos um mix de atividades complementares apoiado em três pilares: entretenimento, comércio e serviço”, destaca Zeca Brandão. Os armazéns terão atividades variadas (ver quadro nesta página), para garantir ocupações em todos os horários e em todos os dias da semana. Nada é tombado como patrimônio histórico na beira do cais, mas o Núcleo de Operações Urbanas decidiu preservar a paisagem portuária.
O formato dos armazéns será mantido por fora e por dentro. Mesmo com a criação de um pavimento superior internamente (mezanino), a pessoa continua percebendo que se trata de um galpão de porto porque o vão central ficará livre. “Com isso, não se perde a noção da altura do prédio”, explica. Cada armazém tem 100 metros de extensão e cerca de 12 metros de altura, contando com o telhado. A distância entre os imóveis é de 25 metros.
R$ 25 milhões é o custo previsto dos serviços de reforma de quatro armazéns, de acordo com os idealizadores do projeto
Outra preocupação dos arquitetos é integrar os galpões com o Bairro do Recife. “Os armazéns terão entradas pelo cais e pela Avenida Alfredo Lisboa”, diz Zeca Brandão. Entre um armazém e outro estão projetadas pequenas praças vegetadas, como espaço de convivência.
O projeto se complementa com dois decks avançando sobre o mar, um na altura da Rua da Moeda e outro nas imediações do Arsenal da Marinha. “Vamos plantar palmeiras imperiais e colocar pergolados para gerar sombra”, comenta o arquiteto. Na proposta consta um píer de 350 metros de extensão do armazém 12 ao 14.
“Queremos aumentar o tempo de permanência da pessoas no Bairro do Recife. A ideia é deixar o carro estacionado, circular a pé entre os armazéns e cruzar a Alfredo Lisboa em direção o bairro”, destaca Zeca Brandão. Os portões que hoje impedem o acesso à área do cais serão retirados.
Atrás de cada galpão serão delimitadas cerca de 25 vagas de estacionamento. São poucas e, por isso, outra opção é o edifício-garagem com mil vagas previsto para ser construído num terreno do porto próximo ao Forte do Brum. O trânsito na Avenida Alfredo Lisboa sofrerá alteração, para facilitar a travessia de pedestres, hoje bastante complicada. “Os carros terão de circular com menos velocidade.”
A intenção do governo é facilitar ao máximo o acesso ao novo cais, seja de ônibus, bicicleta, barco, a pé, carro ou de trem. Sim, no futuro, um veículo leve sobre trilhos (VLT) poderá ser incorporado ao Bairro do Recife. Zeca Brandão também sugere um mirante numa área vazia junto da Ponte Giratória e o armazém 14. Seria um balão preso a cabos de aço, com mecanismo para subir e descer. Usado mediante pagamento.
Fonte: JC Online
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