O Porto Seco Centro-Oeste, que fica em Anápolis (a 62 km de Goiânia) e é o maior do interior do país, está com 12 mil toneladas de cargas acumuladas há duas semanas.
O terminal alfandegado, o terceiro maior do Brasil na sua categoria, responde pela circulação de mercadorias para importação e exportação e integra os sistemas ferroviário, rodoviário e aéreo.
O acúmulo de mercadorias ocorreu devido a uma interrupção na ferrovia Centro-Atlântica, causada por um descarrilamento e pelo excesso de chuvas. A ferrovia voltou a operar hoje.
Ainda assim, o envio e recebimento de mercadorias somente deverá ser completamente normalizado em 15 a 20 dias. "Vai demorar porque temos muita carga que ficou parada", diz o diretor-superintendente do porto seco, Edson Tavares.
Segundo Tavares, a carga acumulada inclui mercadorias como minério de cobre e amianto e vale cerca de US$ 8 milhões. Os produtos têm como destino os portos de Santos (SP) e Vitória (ES), onde devem seguir em navios com destino a países da Europa e África, entre outros.
TRAJETO ADAPTADO
O acúmulo só não foi maior porque a interrupção foi comunicada às empresas, afirma o superintendente. A Sama S.A., que produz amianto, disse que o trajeto das cargas foi readaptado e o material enviado por outros portos. Com a paralisação temporária da ferrovia, o escoamento da safra de grãos de produtores do Centro-Oeste também precisou alterar os planos.
Para cumprir os prazos na entrega da soja, a alternativa foi recorrer ao transporte rodoviário, o que aumenta o custo do transporte em até 30% e representa um volume de 350 a 400 caminhões a mais nas estradas.
Nos últimos dias, a Granol transferiu o transporte diário de 2 mil toneladas de farelo de soja do transporte ferroviário --feito em 40 vagões-- ao rodoviário. A situação foi normalizada hoje.
FERROVIA
Segundo a FCA, empresa que responde pela ferrovia, a primeira interrupção ocorreu após um descarrilamento próximo a Cumarí (a 268 km de Goiânia) em 11 de março.
Um desvio foi construído três dias depois, e a circulação foi retomada com restrições de peso e velocidade. O excesso de chuvas em Goiás, no entanto, logo voltou a ameaçar a segurança nos trilhos e a interromper o trajeto.
A empresa diz que optou por suspender temporariamente a circulação de mercadorias na semana passada como forma de prevenir acidentes.
Fonte:Folha.com/NATÁLIA CANCIAN/DE SÃO PAULO
PUBLICIDADE