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Portos batem recorde de exportação de açúcar

Comércio: Mesmo com as chuvas do início do mês, terminais aceleram embarques e superam agosto de 2009
Com a volta do clima seco na região dos portos de Santos (SP) e de Paranaguá (PR), os embarques de açúcar retomaram o ritmo e superaram os volumes do ano passado, que por sua vez também foram recordes.
Segundo levantamento da Kingsman do Brasil, nos 27 dias de agosto deste ano foi embarcado mais açúcar do que em todos os 31 dias do mesmo mês de 2009. Ainda assim, as filas permanecem nos portos e são alimentadas por navios que deveriam atracar apenas em setembro ou outubro, mas chegam com um ou dois meses de antecedência demonstrando um certo "desespero" pelo produto brasileiro.
Foram embarcados 2,199 milhões de toneladas de açúcar até 27 de agosto deste ano, 70 mil toneladas a mais do que no mesmo mês do ano passado. Ainda assim, há na programação 113 navios - entre os que aguardam no porto e os que estão a caminho - para embarcar 3,346 milhões de toneladas.
"A estrutura portuária funciona, tanto que após o acúmulo causado pelas chuvas, os terminais conseguiram no tempo seco recuperar e até superar os volumes do ano anterior. O que ocorre é que o mundo tornou-se altamente dependente do açúcar brasileiro, com todos os outros produtores tendo problemas em suas safras", diz Luiz Carlos dos Santos Júnior, diretor da Kingsman do Brasil.
No frisson mundial pelo açúcar brasileiro também há um componente adicional. A China, que normalmente comprava açúcar da Tailândia, está vindo agora buscar a commodity no Brasil.
Neste ano, o país asiático já importou 514 mil toneladas do produto brasileiro, sendo 327 mil toneladas em julho e 239 mil toneladas em agosto. "Dos 73 navios que saíram em agosto dos portos, 29 foram para o continente africano e 24 para Ásia", informa.
No acumulado da safra no Centro-Sul, ou seja, entre maio e julho, foram embarcadas 6,8 milhões de toneladas, 25% mais do que os 5,4 milhões de toneladas registradas em igual período de 2009.
Diante do temor de ficar sem açúcar, importadores têm antecipado o envio de navios ao Brasil. " Há compras feitas para entrega em setembro e outubro cujos navios já chegaram agora, em agosto", contou um trader.
Desde o início de julho, Santos e Paranaguá registram a chegada recorde de embarcações do mundo todo em busca de açúcar. A razão é que a partir de junho as cotações da commodity começaram a cair a níveis viáveis para os compradores. Nos meses anteriores, eles praticamente saíram do mercado e queimaram os próprios estoques para não comprar açúcar aos preços altos dos primeiros meses do ano. "Em fevereiro, o mercado estava na casa dos 30 centavos de dólar por libra-peso. Em meados de maio, esse valor já estava abaixo de 15 centavos", lembra Santos.

Fonte: Valor Econômico/ Fabiana Batista de São Paulo






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