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Posição estratégica

Porto de Santana (AP) será expandido para atender às novas cargas e rotas, aproveitando novo Canal do Panamá

O melhor aproveitamento de um porto em posição estratégica no norte do Brasil permitirá a expansão da movimentação de cargas internacionais. O porto de Santana, antigo porto de Macapá (AP), está prestes a ampliar sua área de operação, aproveitando a expansão do Canal do Panamá. Com investimentos da ordem de R$ 400 milhões até 2015,

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o porto deverá ampliar, de 1,5 milhão de toneladas para cinco milhões de toneladas, sua movimentação anual. A previsão é de que as obras comecem em 2013 e sejam concluídas até 2015. “Queremos terminar até dezembro de 2014 para coincidir com a expansão do Canal do Panamá”, revela Riano Valente Freire, diretor-presidente da Companhia Docas de Santana.

Com os investimentos, o porto terá três novos berços, além dos dois já existentes. Os novos berços serão de uso exclusivo: um será destinado para combustíveis, um para minério e outro para passageiros. O porto também terá um píer exclusivo para contêineres e outro destinado a cavaco de madeira e grãos. Ao todo, serão construídos 150 metros de cais, o propiciará o aumento dos berços de 200 metros para 350 metros.

Dos R$ 400 milhões previstos no plano de expansão do porto de Santana, R$ 180 milhões já estão garantidos, R$ 80 milhões oriundos do plano plurianual dos portos e R$ 100 milhões adicionados por meio de emendas. Os demais R$ 220 milhões serão captados com recursos de bancos de fomento e fundos como BNDES, Banco da Amazônia e/ou FGTS.

Valente destaca que o porto de Santana é o porto público brasileiro mais próximo da região do Caribe. A Companhia Docas de Santana pretende também consolidar o porto como rota para a China, através do Panamá. Ele destaca que, além da posição estratégica do porto, a rota para Ásia terá redução no frete, dentre outros benefícios, por evitar a área da Somália, onde existe pirataria. Valente conta que técnicos estrangeiros visitaram o porto de Santana com intenção de implantar uma rota para China.

 

Atualmente, as principais cargas movimentadas no porto são: minério de ferro, manganês, cavaco de madeira, combustíveis, celulose e contêineres. Até 2015, o porto de Santana deve passar a movimentar soja, milho, algodão, madeira, cimento, fertilizantes e proteína animal — esta em contêiner refrigerado.

A expectativa é já operar com grãos e cimento a partir de 2013. A movimentação de grãos deve chegar a 800 mil toneladas/ano até 2013 e alcançar entre dois milhões e três milhões de toneladas até 2015. Para o algodão e a carne, a previsão inicial é movimentar entre 600 e 800 contêineres/mês.

Uma das principais expectativas da Companhia Docas de Santana está ligada à carga de grãos proveniente do Centro-Oeste. Para tanto, faltam ser concluídos cerca de 300 quilômetros da BR-163, assim como um trecho da hidrovia Tapajós-Amazonas, que precisa de obras.

O porto projeta rota com modal misto: 1.050 quilômetros de rodovia pela BR-163 até o distrito de Miritituba, no município de Itaituba, no oeste do Pará. Após este trajeto, são mais 850 quilômetros pela hidrovia Tapajós-Amazonas. Valente conta que já existe um contrato de uso de navegação com a Companhia Norte de Portos S/A (Cianport), que está investindo nessa rota. A área do médio norte do Mato Grosso produz cerca de 18 milhões de toneladas de grãos.

A empresa de navegação aportará R$ 16 milhões para construção de três silos, adaptação do shiploader (esteiras) e instalação de um descarregador de balsa no porto de Santana. Com a mesma finalidade, serão investidos R$ 13 milhões no porto de Miritituba, pertencente à Cianport e que será um terminal concentrador de carga. A Cianport investirá ainda R$ 45 milhões na frota de navegação: dois comboios, formados por empurrador e nove barcaças cada. Esses investimentos serão realizados pela empresa em 2012.

 

Os R$ 400 milhões a serem investidos no porto de Santana nos próximos anos incluem a aquisição de equipamentos como radares, além da implementação de carta eletrônica e tecnologia para acompanhar a maré em tempo real.

O porto também comprará um portêiner devido ao previsto aumento da movimentação de contêineres no porto. Valente conta que o porto de Santana está em fase de negociações com um porto da França na Guiana Francesa para que eles possam deslocar a movimentação de 15 mil contêineres/ano de lá pra cá. Ao todo, a expectativa da Companhia Docas de Santana é de que, entre 27 mil a 30 mil contêineres/ano sejam movimentados no porto a partir de 2015.

Além disso, o porto pretende comprar shiploaders para o carregamento de minério, reach stackers e empilhadeiras de menor porte para movimentar os contêineres. Atualmente, o porto de Santana possui um shiploader para cavacos e grãos, dois reach stackers com capacidade para contêineres de até 40 pés e seis empilhadeiras. “É um porto pequeno, mas altamente organizado e eficiente”, define Valente.

 

Com as melhorias, a Companhia Docas de Santana pretende incluir a dragagem da Barra Norte para poder permitir o aumento do número de navios. Atualmente param navios com capacidade de até 50 mil toneladas. Após a dragagem, será permitido o tráfego de navios de até 100 mil toneladas. A companhia docas aguarda parecer da Marinha para começar estudos de viabilidade da dragagem da Barra Norte.

O porto organizado inclui um terminal privado da empresa Anglo, que movimenta minério de ferro e recebe cerca de 10 navios por mês, com capacidade entre 40 mil e 55 mil toneladas cada. Um terminal da Ipiranga, que movimenta combustível, também integra o porto organizado. O terminal de grãos da Cianport está previsto para começar a operar até 2014.

Valente estima que o transporte dos grãos para o porto de Santana representará uma redução entre 30% e 40% na logística do escoamento da produção, na comparação com o escoamento dessa carga para exportação pelos portos de Santos e Paranaguá. Segundo o presidente da Companhia Docas de Santana, o trajeto desde o carregamento dos caminhões no Mato Grosso até a exportação da carga no porto de Santana, incluindo o transporte hidroviário, levará cerca de 15 dias. Valente destaca que nos outros dois portos há grandes filas.  n



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