A Rumo Logística registrou prejuízo líquido de R$ 185,1 milhões no primeiro trimestre de 2016. O prejuízo registrado ficou 18,2% menor que o visto no mesmo trimestre de 2015, quando a companhia reportou perdas de R$ 226,2 milhões, considerando os resultados combinados de Rumo e ALL.
Nos três primeiros meses de 2016, a receita líquida somou R$ 1,186 bilhão, alta de 22,3% na mesma base de comparação. O Ebitda somou R$ 444,6 milhões, aumento de 42,7% na comparação anual.
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O volume total transportado chegou a 10,075 bilhões de TKU, alta de 11,5 por cento sobre os três primeiros meses de 2015, com aumento de 22% no volume de produtos agrícolas transportados, com destaque para a operação na região norte. O volume de produtos industriais, porém, caiu 21,3%.
A tarifa média de transporte ferroviário subiu 13% contra o primeiro trimestre do ano passado.
Segundo a empresa, a reestruturação de processos operacionais para aproveitar melhor os ativos e aumentar a eficiência de terminais contribuiu para o resultado, assim como o deslocamento de volumes da segunda safra de milho de 2015 do quarto trimestre do ano passado para o primeiro de 2016.
A alavancagem medida pela relação da dívida abrangente líquida sobre Ebitda caiu para 4,98 vezes, ante 5,14 vezes no fim de 2015.
A companhia informou ainda que a conclusão de seu processo de capitalização de R$ 2,6 bilhões em abril permitiu celebração de proposta com bancos comerciais para reestruturar R$ 2,9 bilhões em dívidas com vencimento entre 2016 e 2018 para um prazo de 7 anos, com 3 anos de carência.
BNDES
A Rumo está discutindo com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a contratação de novas linhas de crédito, com expectativa de conclusão até o fim do terceiro trimestre, afirmaram executivos em teleconferência nesta quinta-feira.
O banco de fomento concedeu anuência ao descumprimento de covenants no fim de 2014 e 2015 para a empresa e nova verificação ocorrerá em dezembro de 2016.
A transportadora também disse que o processo de reperfilamento de dívidas com bancos com vencimento entre 2016 e 2018, no montante de R$ 2,9 bilhões, incluiu a negociação de covenants, definidos para uma alavancagem máxima de 4,5 vezes neste ano. Este patamar será reduzido ao longo do tempo.
Os novos covenants com o BNDES estão sendo discutidos considerando-se os patamares acordados com os bancos, segundo a Rumo.
A reestruturação das dívidas com bancos para um prazo de sete anos, com três anos de carência, bem como o comprometimento do BNDES com aprovação de linhas adicionais de crédito de R$ 2,8 bilhões para a empresa foram possibilitadas pela conclusão de seu processo de capitalização em abril.
A Rumo tem R$ 700 milhões já aprovados pelo BNDES, de acordo com o balanço do primeiro trimestre divulgado nesta quinta-feira.
Os recursos serão dedicados à execução do plano de investimentos da transportadora logística.
Neste ano, o investimento total da empresa, incluindo capex recorrente e de expansão, deve ficar entre R$ 1,7 bilhão e R$ 2,1 bilhões. No ano que vem, o volume aumenta para R$ 2,3 bilhões a R$ 2,5 bilhões.
Fonte: Monitor Mercantil