BRASÍLIA - O programa do governo federal Porto Sem Papel não deu celeridade aos trâmites burocráticos em portos nacionais, como previsto. Essa foi a avaliação de 57,4% dos 212 agentes marítimos consultados pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) na Pesquisa CNT do Transporte Marítimo 2012.
A pesquisa apontou ainda que 75,4% dos entrevistados acham que o programa não reduziu o tempo de espera. E para 86,1% não reduziu o trabalho dos agentes marítimos.
O Porto sem Papel foi lançado em 2010. Segundo o governo, deverá ser implantado em todos os portos federais até 2013. O objetivo é implantar sistema eletrônico para agilizar a atracação em portos brasileiros.
O diretor executivo da CNT, Bruno Batista, acredita que “dificilmente a meta será cumprida”. “Acabou sendo um porto com mais papel”, disse o vice-presidente da Federação Nacional das Agências de Navegação (Fenamar), Waldemar Rocha. Para ele, o problema é que não há uma coordenação entre os diversos órgãos envolvidos. “Muitos continuam pedindo papel, como a Polícia Federal”, explicou Rocha.
Além disso, o dirigente da federação apontou que a diferença de exigências entre os portos brasileiros também atrapalha. “Em Vitória, por exemplo, precisamos entregar as carteiras marítimas de toda a tripulação para a Polícia Federal. Em outros portos, isso não é exigido”, afirmou.
Fonte: Valor Econômico/Por Lucas Marchesini
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