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R$ 3 bilhões para os gargalos

Porto do Rio terá recursos para infraestrutura e dragagem, apostando em aumentar valor agregado das cargas

O porto do Rio de Janeiro receberá R$ 3 bilhões de investimentos até 2016. Desse montante, cerca de R$ 1 bilhão será proveniente de aportes públicos e o restante virá do setor privado. O secretário de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços do estado, Júlio Bueno, explica que os aportes serão destinados, principalmente, à infraestrutura e à dragagem. A expectativa é de que, em cinco anos, o valor da carga movimentado anualmente suba dos atuais US$ 19,6 bilhões para cerca de US$ 40 bilhões.

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Bueno aponta a infraestrutura na retroárea do porto e o complemento da dragagem da Baía de Guanabara como os principais gargalos a serem resolvidos. A prioridade é a região do entorno do porto, principalmente o bairro do Caju. Já a dragagem da Baía de Guanabara permitirá que estaleiros fiquem mais produtivos e prontos para receber encomendas. “Há alguns anos, havia dúvida em relação à produtividade, à dragagem e ao futuro do porto do Rio. Essas questões foram superadas”, observou Bueno, que participou em agosto do lançamento do programa Porto do Rio Século XXI, na Associação Comercial do Rio de Janeiro.

O secretário estadual de transportes, Júlio Lopes, acrescenta que o Rio de Janeiro será beneficiado com as novas regras tributárias válidas a partir de janeiro de 2013. Segundo Lopes, a equalização do imposto representa o fim da “competitividade desigual” entre os estados. “Isso deve fazer uma redistribuição de cargas em todos os portos brasileiros e o porto do Rio, em função do seu mercado consumidor, deve ser um dos principais portos beneficiados, tendo aumento significativo na sua operação de carga”, projeta Lopes. Ele acredita que o impacto da reorganização tributária deve ser sentido ao longo de 2013. A arrecadação de ICMS pelo porto do Rio em 2011 chegou a R$ 1,27 bilhão.

O secretário de desenvolvimento do estado diz que o porto já se destaca pelo alto valor agregado de suas cargas e avalia que as mudanças tributárias trarão oportunidades de crescimento. “A partir da mudança tributária, que implica a mudança de investimentos em infraestrutura, achamos que há possibilidade de crescermos até quatro vezes em quatro anos”, afirma Bueno. Ele conta que já existem empresas vindo para o Rio de Janeiro por conta da mudança tributária. A expectativa é de que a movimentação de contêineres chegue a três milhões de TEUS nesse período. Os principais operadores do porto atualmente são a Libra, a Multiterminais e a Triunfo.

O secretário de Transportes do Rio estima que o tráfego na região do porto movimente 300 mil veículos por ano em 2015, o que representa média de 820 veículos por dia, sendo a maioria carretas de grande porte. Em 2010, foram registrados 200 mil veículos/ano (548 veículos/dia), segundo dados da Companhia Docas do Rio de Janeiro (CDRJ). Para minimizar o impacto do trânsito na zona portuária, será construído um truck center com aproximadamente 45 mil metros quadrados. O espaço terá área de estacionamento e serviços de apoio ao caminhoneiro, como mecânico, borracheiro, restaurante, hotel para pernoite, banheiros e central de informações.

Com as obras de acesso ao porto, Lopes espera uma melhoria de 25% no trânsito da ponte Rio-Niteroi. Parte dos investimentos também deve ser aplicada pelos operadores na aquisição de equipamentos de movimentação de carga. “Haverá aumento significativo no porto do Rio. Queremos ter um porto especializado e de boa movimentação de valor agregado”, enfatiza Lopes. Outra meta é que, nos próximos 10 anos, o fluxo de cargas ferroviárias destinadas ao porto do Rio represente 15% do total, ante os 3% atuais.

O presidente da CDRJ, Jorge Luiz de Mello, avalia que a questão mais importante para o porto do Rio são os acessos terrestres. “Já temos um plano bem equacionado para os acessos marítimos. Mas os acessos terrestres são complexos. O porto do Rio está encravado dentro da cidade, isso tem aspectos positivos e negativos no convívio com a cidade”, explica.

O presidente da Autoridade Pública Olímpica (APO), Márcio Fortes, acrescenta que a integração porto-cidade necessita de ajustes logísticos e de saneamento. Ele lembra que o píer em formato de “Y” que será construído para 2016 permitirá a atracação de seis a sete cruzeiros com oferta de 10 mil quartos, o que permitirá complementar a demanda do setor hoteleiro do Rio em 24 mil vagas. A previsão é que metade desses quartos esteja concluída até a Copa de 2014.

Segundo Fortes, 12 milhões de metros cúbicos precisam ser dragados no porto do Rio. Atualmente, o bota fora está proibido na Baía de Guanabara e a solução de descarte só pode ser utilizada a 15 quilômetros da costa. O estudo e a dragagem devem ser realizados pela CDRJ.

O presidente da APO destaca ainda a importância do centro de controle operacional e da integração dos transportes, citando a conexão da Avenida Brasil com sistemas de ônibus expresso e a linha especial sobre trilhos para transporte de passageiros interligando toda a área do centro e o aeroporto Santos Dumont.

O porto do Rio movimentou 7,96 milhões de toneladas em 2011, de acordo com a CDRJ. Atualmente, o recorde de movimentação é inferior a 10 milhões de toneladas. Segundo Mello, a expectativa é de que, após ampliação dos terminais, essa movimentação chegue a 25 milhões de toneladas até 2016.

 



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