A versão atualizada do IAPH World Ports Tracker 2025 destaca avanços contínuos, porém desiguais, na sustentabilidade e infraestrutura dos portos ao redor do mundo, ao mesmo tempo em que expõe lacunas significativas em digitalização, reporte de emissões de carbono e igualdade de gênero. A pesquisa, que envolveu 81 dos portos membros mais ativos da IAPH, mostra que os investimentos em infraestrutura seguem majoritariamente conforme o cronograma, especialmente em projetos de infraestrutura interior e combustíveis alternativos. Há progresso na oferta de energia em terra (OPS) para certos tipos de embarcações e em práticas de economia circular, principalmente na reutilização de material dragado.
Os terminais de contêiner lideram os planos de expansão, com 33% prevendo melhorias em operação já em 2025. O monitoramento ambiental concentra-se principalmente na qualidade da água e do ar, com pouco foco no ruído subaquático. Apesar de 58% dos portos estabelecerem metas de neutralidade de carbono, a medição regular da pegada de carbono ainda é limitada, especialmente nas emissões de Escopo 3. Certificações como a ISO 14001 são adotadas por menos da metade dos portos, e apenas 63% investem em iniciativas de restauração ecológica.
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Quanto aos combustíveis do futuro, GNL e biocombustíveis apresentam os maiores avanços tanto como combustíveis marítimos quanto como commodities portuárias, enquanto amônia e hidrogênio ainda enfrentam desafios iniciais. A energia solar domina a produção de eletricidade renovável nos portos, com pouca presença de turbinas eólicas. A cibersegurança é vista como o principal risco, com mais de 80% dos portos possuindo estruturas de resposta a emergências e coordenação.
Os esforços de digitalização cresceram modestamente, mas ainda existem lacunas na implementação de sistemas como Janela Única Marítima (MSW) e Sistemas Comunitários Portuários (PCS). Mais da metade dos portos usa drones ou automação, mas poucos integram tecnologias como IA, 5G ou IoT. Estruturas de inovação são limitadas, com apenas um terço dos portos possuindo departamentos dedicados.
O engajamento comunitário permanece como alta prioridade, com eventos públicos regulares e iniciativas educacionais. No entanto, a desigualdade de gênero persiste: apenas 17% dos portos relatam mais de 31% de mulheres em conselhos supervisores. As tendências de mercado mostram que o aumento do tamanho e frequência das escalas de navios reduziu a produtividade em movimentos por hora, embora África e Oceania tenham registrado recuperação. A conectividade com o transporte marítimo regular é afetada por fatores geopolíticos, com ganhos na Ásia e África, mas perdas em partes da Europa e Oriente Médio.
Embora as previsões de crescimento de carga para o início de 2025 fossem otimistas, tensões comerciais emergentes, especialmente novas tarifas dos EUA, aumentam a incerteza sobre o futuro, ressaltando a importância de monitoramento contínuo.