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Rio Grande do Sul tem carga suficiente para modal hidroviário crescer

O potencial de transporte de carga no modal hidroviário no Rio Grande do Sul é suficiente para chegar à meta estabelecida pelo Governo do Estado de crescimento no período de dez anos de 3%, em 2007, para 15%, em 2017. A conclusão integra diagnóstico recebido pelo secretário de Infra-Estrutura e Logística, Daniel Andrade, dos consultores holandeses Wim Ruigh, presidente da Associação dos Portos de Amsterdã (Amports), e Harrie de Leijer, diretor de projetos do NEA Tramsport (instituto holandês de pesquisas internacionais na área de transportes).

Nos últimos quatros anos, a utilização da hidrovia chegou a 8%, especialmente no segmento de granéis. O plano diretor desenvolvido por Wim e Harrie aponta para a possibilidade de carregamento de 20 mil contêineres por ano entre Porto Alegre e Rio Grande, revela Andrade. Na avaliação do secretário, o investimento no setor hidroportuário tem de ser agenda de Estado e não de governo. Além de ser mais barata, a navegação interior desafoga rodovias saturadas, sustenta.

Os especialistas alertam para dificuldades resultantes de legislação portuária brasileira e falta de barcaças adequadas como gargalos para incremento do transporte de carga em contêineres. Empreendedores da Holanda estão dispostos a investir no Rio Grande do Sul e enviar para cá embarcações excedentes naquele país. Para facilitar a operação de linha regular entre os dois terminais portuários, a Superintendência de Portos e Hidrovias encaminhou à Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) documentação para licitar área destinada a terminal de contêineres no cais da Capital.

A conclusão dos dois executivos também identifica necessidade de portos interiores, o que denominam joias da coroa, servirem como alimentadores do complexo marítimo de Rio Grande, especialmente Porto Alegre, Pelotas e Cachoeira do Sul. Eles igualmente aconselham instalação de unidades produtivas próximo a cursos d'água, para facilitar o embarque. Há empresários interessados em construir à beira do rio Jacuí, exemplifica Wim. O Governo do Rio Grande do Sul e o Ministério dos Transportes, Obras Públicas e Manejo da Água dos Países Baixos/Holanda firmaram em 19 de agosto de 2008, em Haia, na Holanda, termo de cooperação técnica para desenvolvimento do sistema hidroportuário gaúcho.

O Estado é a primeira unidade da federação a desenvolver ação concreta para o setor desde que foi assinado termo de cooperação entre governos brasileiro e holandês. O acordo entre Rio Grande do Sul e Holanda é resultado da ida de missão gaúcha aquele país, em novembro de 2007, e de negociação em maio de 2008. O termo assinado em Haia cria condições para aproveitamento de vias fluviais gaúchas com eficiência. Como consequência do acordo de cooperação técnica, em 2009, Wim e Harrie elaboraram o plano diretor da hidrovia.

A partir do plano diretor, o Governo do Estado criou, em 2009, a Força-Tarefa Intermodal, coordenado pela governadora Yeda Crusius, com objetivo de aumentar a potencialidade do transporte fluvial, com base na experiência holandesa, considerada a melhor do mundo em navegação interior. Os holandeses recomendaram também instalação de grupos de trabalho para desenvolvimento dos segmentos de portos (SPH), contêineres (coordenado pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul - Fiergs) e granéis (coordenado pela Federação das Cooperativas Agropecuárias - Fecoagro).

Fonte: Radio Fandango






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