Dois pés – 60 centímetros – têm o poder de injetar US$ 16 milhões na economia gaúcha. Com a expectativa de ser homologado pela Capitania dos Portos até o final da safra de soja, o aumento do calado do Porto de Rio Grande de 40 para 42 pés (12 para 12,6 metros) valorizará o preço do grão gaúcho em até US$ 0,20 por saca.
A mudança de 40 pés para 47 seria oficializada em junho, ao término da dragagem de aprofundamento do canal, obra financiada por R$ 196 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O objetivo é ampliar a movimentação de cargas no Sul do Estado. Em sua porção interna, o trabalho está concluído: elevou a profundidade de 12 para 16 metros. Na parte externa, onde irá de 14 para 18, o calado está em 15,5 metros. Com as cerca de 5 milhões de toneladas de soja sendo escoadas até o final de maio, terminais como a Tergrasa e Termasa, responsáveis por 80% do grão movimentado no Estado, pressionaram para que a Superintendência do Porto de Rio Grande homologasse o novo calado de olho no sistema de bonificação bancada pelos importadores.
São os prêmios, positivos ou negativos, cotados em dólar e definidos pela bolsa de Chicago, nos Estados Unidos. O sistema engloba a eficiência do embarque e a qualidade do produto. A equação eleva ou diminui o valor pago pela saca de soja ao produtor gaúcho. Já o porto se beneficia por exportar mais volume e por ampliar a credibilidade internacional.
A partir da oficialização do aumento do calado pela Capitania dos Portos, os terminais ficarão habilitados a receber navios de tamanho proporcional, tornando o processo mais barato e rentável.
– Acresce 5% em capacidade de embarque, o que baixa o preço do transporte e melhora o prêmio – comemora Guillermo Dawson, diretor-superintendente da Tergrasa e Termasa, ansioso pela homologação.
A previsão de mais US$ 16 milhões na economia gaúcha partiu dos próprios terminais de grãos.
GUILHERME MAZUI | Rio Grande/Correspondente
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