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Santos Brasil movimenta menos 19,8% contêineres no segundo trimestre, com prejuízo de R$ 9,4 milhões

Resultados refletem impactos da crise provocada pela Covid-19

A desaceleração da atividade industrial e do consumo no mercado doméstico, reflexo da pandemia da Covid-19, provocou um efeito negativo na cadeia logística em geral - inclusive na portuária, com a queda nas importações e no transporte de cabotagem no Brasil - e impactou negativamente o desempenho operacional das unidades de negócios da Santos Brasil no segundo trimestre.

O volume total de movimentação de cais da companhia em seus três terminais - Santos (SP), Imbituba (SC) e Vila do Conde (PA) - caiu 19,8% no segundo trimestre em relação ao segundo trimestre de 2019, totalizando 256.725 contêineres.

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O Tecon Santos movimentou 220.362 contêineres no trimestre, queda de 22,0% em relação ao segundo trimestre. Tal desempenho se explica pela maior exposição do terminal às importações e ao transporte de cabotagem em detrimento das operações de embarque de exportação, mais resilientes à crise. A queda da movimentação de contêineres do Porto de Santos alcançou 3,6% no mesmo período, sustentada pelas exportações de commodities. O market share do Tecon Santos no porto foi de 33,4% no trimestre.

O Tecon Vila do Conde apresentou queda mais moderada, de 6,2% no segundo trimestre, totalizando 25.574 contêineres movimentados. O terminal foi beneficiado pelas exportações de commodities.

Já a movimentação de contêineres no Tecon Imbituba foi 4,6% maior em relação ao mesmo trimestre do ano passado, somando 10.789 contêineres no segundo trimestre.

O volume de contêineres armazenados na Santos Brasil Logística foi 30,5% menor no segundo trimestre em relação ao mesmo período em 2019, sendo a principal causa a retração no volume de contêineres importados no Porto de Santos, devido aos impactos da Covid-19. A indústria automotiva foi a que apresentou a maior retração em volume de importação, consequência das paradas nas linhas de produção e o derivado impacto nos estoques de peças e componentes.

O TEV movimentou 14.092 veículos no segundo trimestre, volume 73,6% menor em relação ao mesmo período do ano anterior. As exportações de veículos, que já vinham apresentando um desempenho negativo devido ao fraco mercado argentino, apresentaram queda de 69,1% ano-contra-ano. As importações de veículos foram 94,6% menores no segundo trimestre, quando comparadas ao segundo trimestre de 2019, com influência também da acentuada desvalorização cambial.

No segundo trimestre, a companhia apurou prejuízo líquido de R$ 9,4 milhões, comparado ao lucro líquido de R$ 6,3 milhões no segundo trimestre de 2019. A receita líquida consolidada somou R?224,8 milhões, queda de 15,1% frente ao mesmo período do ano passado. Além da retração nos volumes, a comparação entre as receitas ficou prejudicada, uma vez que a partir de agosto de 2019 a Santos Port Authority passou a cobrar diretamente do armador a TUP (tarifa portuária) antes faturada contra os terminais portuários. Ajustando-se essas rubricas, a queda apontada teria sido de 11%.

A companhia registrou EBITDA de R$ 42,2 milhões no trimestre, 28,1% inferior ao segundo trimestre de 2019, com margem de 18,8%. Em comparação ao primeiro trimestre, houve crescimento de 9,5%, apesar da pandemia da Covid-19. Em base recorrente, o EBITDA foi de R$ 41,8 milhões, com margem de 18,6%.

O saldo de caixa e aplicações financeiras da Santos Brasil em 30/06/2020 somou R$ 352,0 milhões, com endividamento líquido de R$ 83,9 milhões, que representou 0,78x o EBITDA pró-forma (sem os efeitos do IFRS 16) dos últimos doze meses. No período, a Companhia investiu R$ 46,8 milhões, sendo R?44,3 milhões no projeto de expansão e de reforço do cais do Tecon Santos, totalizando R$ 110 milhões no primeiro semestre de 2020.

De acordo com Daniel Pedreira Dorea, diretor Econômico-Financeiro e de Relações com Investidores da Santos Brasil, as medidas adotadas tempestivamente para promover a contenção de gastos, o incremento marginal de receitas e a preservação da solidez financeira da companhia durante esta fase mais aguda da crise se mostraram eficazes. "Por causa da pandemia, o ambiente de negócios se alterou drasticamente, o que prejudica a base comparativa do 2º trimestre de 2020 com o mesmo período do ano anterior. Todos estão trabalhando com uma realidade modificada, não normalizada. Então, neste trimestre, o nosso foco se concentrou em ações de contenção de gastos, incremento marginal de receitas e, principalmente, preservação de caixa, a fim de assegurar a liquidez de curto e longo prazo da companhia. Houve melhora no resultado financeiro deste trimestre se comparado ao primeiro trimestre de 2020, o que é um sinal positivo. Além disso, mantivemos firme a saúde econômico-financeira da empresa, que sem pressões de curto prazo, mostra-se saudável para atravessar até mesmo períodos mais revoltos", diz.

Para Daniel, os próximos meses devem ser mais benignos aos negócios da Santos Brasil, com sinais positivos, ainda que cautelosos, provenientes de dados econômicos melhores do que o esperado, na esteira da reabertura da economia, e estímulos fiscal e monetário continuados, com taxa de juros baixa e eventual manutenção do auxílio emergencial.



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