O porto de Santos fechará o ano com 97 milhões de toneladas movimentadas, resultado praticamente igual ao de 2010 (96 milhões de toneladas) e frustrado pela queda nos embarques de açúcar, principal commodity escoada pelo cais santista. Originalmente, a previsão era encerrar 2011 com 100 milhões de toneladas.
Em relação às finanças, a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) estima mais que dobrar o caixa, totalizando R$ 100 milhões. O resultado líquido de 2011 até outubro foi de R$ 79,1 milhões - a receita ficou em R$ 513,6 milhões e as despesas totalizaram R$ 434,5 milhões no período.
No relatório divulgado no fim da tarde de ontem, a Codesp afirma que aumentará as tarifas portuárias, inalteradas há sete anos. "Ao longo dos últimos dois anos, a Codesp vem equilibrando suas despesas, entretanto, verifica-se a necessidade de recompor sua receita através de reajuste tarifário, propiciando novos investimentos". A proposta está em análise no Conselho de Autoridade Portuária, colegiado que homologa as diretrizes do porto. Nos últimos dois anos, sustenta o balanço, houve redução do passivo, de R$ 1,2 bilhão, "referente a ações trabalhistas e cíveis julgadas em favor da empresa". Pelo segundo ano consecutivo, a empresa - que apenas recentemente voltou a fechar no azul - distribuiu participação no lucro. "Esses resultados seriam ainda mais expressivos se tivéssemos maior autonomia", disse o presidente do porto, José Roberto Serra.
O volume de investimentos realizados pelas empresas arrendatárias de áreas no porto em 2011 somaram R$ 1,771 bilhão. Foram destinado a obras de infraestrutura, aquisição de equipamentos e estudos diversos. A maior soma partiu da Brasil Terminal Portuário (BTP), que está construindo um terminal para movimentação de contêineres e líquidos na margem direita do porto (Santos). Foram aplicados R$ 817,4 milhões em 2011. Outros R$ 408,7 milhões estão projetados pela empresa em 2012.
No âmbito público, a Secretaria de Portos aplicou recursos no aprofundamento do canal de navegação para 15 metros e alargamento para 220 metros. Ainda, houve as derrocagens das pedras de Tefée e Itapema. A Codesp destacou a retirada dos restos do navio Ais Giorgis; o avanço nas obras das avenidas perimetrais das margem direita e esquerda (Guarujá); e reforço dos berços de atracação.
A estatal atribui aos processos de licenciamento ambiental e a "ampla matriz de fiscalização dos procedimentos para licitação que ainda se estendem por períodos consideráveis" o fato de não ter conseguido executar tudo o que havia previsto. Destaca ações judiciais que emperram os processos licitatórios, levando meses para serem concluídos.
Entre as licitações prometidas para 2012, o presidente citou a concorrência para arrendamento da área de Prainha, que deverá ser destinada à construção de terminal para movimentação de automóveis. A projeção de movimentação em 2012 é de 98,8 milhões de toneladas, a partir de informações das empresas usuárias e arrendatárias e dados dos órgãos oficiais.
Fonte: Valor Econômico/Por Fernanda Pires | Para o Valor, de Santos
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