Em volume, embarques via Santos contabilizaram 5,1 milhões de toneladas para mercado externo
Caminhão descarregando soja no Porto de Santos, um dos principais corredores de exportação para Mato Grosso
Com 59% dos embarques, o Porto de Santos (SP) foi o grande destaque das exportações da soja mato-grossense em 2010. Em volume, os embarques via Santos contabilizaram 5,1 milhões de toneladas para o mercado externo.
Entre as várias opções de embarques, aparecem também os portos de Manaus (AM) e Vitória (ES). Este último porto foi responsável por 1,1 milhão de toneladas, enquanto o porto de Itacoatiara, em Manaus, embarcou 867 mil toneladas. Pelo porto de Paranaguá (PR) foram exportadas 613 mil toneladas, algo em torno de 7% da soja exportada pelo Estado.
Para os demais portos foram exportadas 900 mil toneladas de soja em grãos da safra 2010, o equivalente a 11% dos embarques totais. O Brasil exportou 29 milhões de toneladas e Mato Grosso foi responsável por 30% deste volume. De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio, as exportações de soja em grãos de Mato Grosso chegaram a 8,6 milhões de toneladas em 2010.
COMERCIALIZAÇÃO
De acordo com levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (Imea), praticamente toda a soja do ciclo 2009/2010 já foi comercializada e o início da safra 2010/11 apresenta pouco mercado disponível em Mato Grosso.
Foram comercializados 65,9% de toda a atual safra de soja no Estado e a demanda continua aquecida devido à falta do produto. Em Sapezal, o grão começou a semana valendo R$ 41/saca e, em Rondonópolis, R$ 42,80/saca. A cotação fechou sexta-feira a preços de R$ 41,80/saca (Sapezal) e R$ 43,00/saca (Rondonópolis).
Mesmo com poucos negócios, em Rondonópolis a saca de soja com entrega para março foi cotada a R$ 43 na segunda-feira e terminou a semana cotada a R$ 43. Em Sapezal, a mesma saca com entrega em março foi cotada a R$ 41,50 e, em Primavera do Leste, R$ 42,50 na sexta-feira.
Os preços da oleaginosa continuam com valores elevados, comparáveis ao período pré-crise de 2008. A sólida demanda global por soja, as incertezas da safra Argentina e a desvalorização do dólar frente às outras moedas, segundo analistas do Imea, propiciaram o ambiente especulativo durante a semana em Chicago. Assim, o contrato de soja com entrega em março foi cotado a US$ 14,23/bushel na segunda-feira, seguiu em alta nos dois dias subseqüentes e fechou a quinta-feira com a primeira baixa da semana cotada a US$ 14,45/bushel, encerrando a semana cotado a US$/bushel na sexta-feira.
Segundo relatório do Departamento de Agricultura Americano (Usda), a produção brasileira na safra 2010/11 será de 67,5 milhões de toneladas, volume 2,2% menor que a safra anterior, quando foram produzidas 69 milhões de toneladas. Os brasileiros também estão consumindo mais, haverá um aumento anual de 2,5%, e serão consumidas 37,5 milhões de toneladas no mercado interno.
Na avaliação do Imea, as exportações terão incremento de 9,9% em relação à safra anterior. Estima-se que serão embarcadas 31,4 milhões de toneladas. O detalhe mais relevante nestes dados é que o Brasil está com sua demanda maior e uma oferta menor, indicando que os brasileiros poderão permanecer abastecidos por apenas 144 dias nesta safra, e não mais por 160 dias como no ciclo anterior.
PLANTIO
Apesar das irregularidades climáticas, Mato Grosso semeou 6,41 milhões de hectares nesta safra, incremento anual de 3,2% em relação ao ciclo 09/10. Os valores mais expressivos deste incremento ocorreram na região Nordeste, que aumentou em 10% a área cultivada em relação à safra anterior, chegando a 694 mil hectares.
Fonte:Diário de Cuiabá/MARCONDES MACIEL
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