Prevista para ficar pronta em julho de 2017, a segunda ponte de acesso ao quebra-mar do Porto do Pecém será fundamental para o escoamento das placas de aço produzidas pela Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP), cuja a unidade pode pesar até 40 toneladas. Até lá, o fluxo de cargas da siderúrgica será feito por caminhões menores, que utilizarão a ponte atual.
A nova ponte, projetada para suportar uma capacidade maior do que a atual, terá 1.560 metros de extensão e faz parte da segunda etapa de ampliação do terminal portuário, que inclui também a pavimentação e ampliação do quebra-mar, a instalação de uma correia transportadora de minério de ferro, e mais três berços de atracação, já em fase de implantação. Segundo a Secretaria da Infraestrutura do Estado do Ceará (Seinfra), as obras estão com 80% de conclusão. O investimento é da ordem de R$ 651 milhões, de recursos do tesouro do Estado e do BNDES. Até o momento, já foram empregados R$ 463 milhões.
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No dia 25 de junho, o Porto do Pecém deve receber o primeiro descarregador de minério de ferro, que irá atender demanda da CSP, cujo início das operações está previsto para o início do próximo mês.
Quando estiver em plena operação, a expectativa é de que o fluxo de cargas oriundo da siderúrgica aumente em 100% a capacidade de exportação do Porto do Pecém.
Rodovia das placas
Também faz parte do pacote de obras para atender a CSP, a implantação da rodovia CE-576, conhecida como Rodovia das Placas. A estrada, considerada essencial para o movimento de caminhões pesados que transportarão as placas da siderúrgica até o porto, terá oito quilômetro de extensão. Segundo o titular da Seinfra, André Facó, o empreendimento ficará pronto neste ano.
"A nossa estimativa é que em setembro ou outubro nós já tenhamos essa estrada finalizada. O que vai coincidir com o momento em que, efetivamente, a CSP estará produzindo esses produtos para que sejam exportados", disse Facó. "Neste momento, a CSP está ajustando processos, e quando ela tiver essa necessidade nós estaremos com todas as infraestruturas à disposição". O investimento na rodovia é de R$ 24,3 milhões, oriundos do Tesouro do Estado e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Hub marítimo
Segundo a Seinfra, a expansão do terminal deverá quintuplicar a capacidade de movimentação de cargas em geral do Porto do Pecém, possibilitando a criação de um hub, devido também à sua posição geográfica. "Com uma profundidade média de 17 metros, que permite a atracação dos maiores navios de contêineres do mundo, e a proximidade com a Europa e os Estados Unidos, o Porto do Pecém se habilita a ser um porto hub, concentrador de cargas para serem distribuídas para outros destinos", diz Luiz Hernani de Carvalho, diretor de Implantação e Expansão da Cearáportos.
Carvalho destaca ainda que o Pecém oferece tarifas mais vantajosas em relação a outros portos. "Há uma variável que é muito pesada nos custos de manutenção que é a dragagem (escavação do leito marítimo para permitir o tráfego das embarcações). E esse custo de dragagem não entrou na composição da tarifa do Porto do Pecém, que é extremamente competitiva", afirma. Ele diz, no entanto, que a implantação de um hub dependerá das condições do mercado. "O mercado definirá quando ocorrerá".
Hoje, o Pecém é o 9º porto do Brasil em movimentação de cargas. Na nova expansão, foram adquiridos dois STS's, guindastes de última geração, usados na movimentação de contêineres com uma produtividade maior.
Números do Pecém
As duas esteiras transportadoras do Porto do Pecém, voltadas para o transporte de minério de ferro e carvão mineral, têm capacidade para movimentar, juntas, um volume de até 2.400 m³ por hora.
A rodovia das placas, destinada ao escoamento da produção da Companhia Siderúrgica do Pecém (CSP) terá 8 km de extensão, ligando a siderúrgica ao Porto.
A via foi projetada para suportar o tráfego de veículos especiais de alta tonelagem.
O porto do Pecém conta com um Terminal de Insumos e Produtos Siderúrgicos e Carga Geral, um Terminal de Petróleo/Derivados e Granéis Líquidos, ponte de acesso de 2.142 metros de extensão, pátio de armazenagem de cargas e píer de rebocadores.
Fonte: Diário do Nordeste (CE)