A política portuária do Governo Federal, que prevê 37 novos arrendamentos e a concessão de canais em cinco grandes portos brasileiros até 2026, busca garantir capacidade para o aumento do comércio exterior, impulsionado pelo acordo Mercosul-União Europeia. O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, destacou que 95% do comércio internacional brasileiro depende dos portos, e a movimentação portuária cresceu 34% na última década, sendo 39% em portos públicos.
Segundo a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), o acordo Mercosul-União Europeia deve gerar um incremento de US$ 7 bilhões nas exportações brasileiras a curto prazo. Para atender essa demanda, o Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) tem investido R$ 54,7 bilhões no setor dentro do Novo PAC, majoritariamente por meio de capital privado. Desde 2023, 13 leilões de unidades portuárias foram realizados, e outros 37 estão planejados até 2026, com foco na modernização e competitividade dos portos.
PUBLICIDADE
A concessão dos canais dos portos de Paranaguá, Santos, Itajaí, Rio Grande e Salvador está entre as estratégias para aumentar a eficiência portuária, reduzindo burocracias e permitindo dragagens permanentes para receber navios de grande porte. A gestão privada é vista como um caminho para agilizar operações e descentralizar o comércio exterior, com impactos positivos nas regiões Norte e Nordeste.
Em 2024, os portos movimentaram 967,5 milhões de toneladas, representando 97,2% do volume total de comércio exterior brasileiro, avaliado em US$ 492,5 bilhões. A balança comercial registrou um superávit de US$ 74,6 bilhões, o segundo maior da história, com exportações totalizando US$ 337 bilhões e importações crescendo 9%, alcançando US$ 262,5 bilhões. Destaque para o aumento de 25,6% nos bens de capital importados.