Centenas de caminhoneiros autônomos paralisaram na manhã de ontem, por quase três horas, a entrega e a recepção de contêineres no Tecon Suape. O movimento acabou gerando uma fila com mais de 400 caminhões que só começou a andar no fim da manhã, depois que uma comissão foi recebida por um diretor da empresa. Os caminhoneiros reivindicavam, entre outras coisas, mais celeridade no atendimento e tratamento igual ao que é dispensado aos motoristas de transportadoras.
Marco Aurélio de Medeiros, diretor do Sindicato dos Transportadores de Cargas Autônomos (Sintracap-PE), afirma que os motoristas chegavam a ficar até sete horas esperando a entrega ou a recepção de contêineres. "Em alguns casos, quando havia mudança de turno, os motoristas chegavam a perder 1h30 somente esperando que outro viesse render. A situação estava ficando insustentável", exemplificou.
Já em relação ao tratamento, os caminhoneiros autônomos denunciam que alguns operadores não respeitam a fila e colocavam caminhões de transportadoras para serematendidos primeiro. "Só saímos de lá quando pelo menos 90% de nossa pauta foram atendidos. O resto são ajustes técnicos", relatou Marco Aurélio.
O diretor comercial do Tecon Suape Rodrigo Aguiar admitiu que, de fato, há um volume grande de contêineres vazios no pátio e que isso tem causado problemas de mobilidade. "Mesmo com um pátio de 55 mil metros quadrados, as exportações diminuíram e os contêineres estão se acumulando. Mas estamos conversando com os armadores para que os contêineres sejam removidos para outras áreas", adiantou, acrescentando que o problema deverá ser resolvido em cerca de 15 dias.
Para Aguiar, a manifestação de ontem não chegou a ser uma "paralisação propriamente dita" e sim um problema "pontual". O diretor negou que exista algum tipo de favorecimento em relação aos motoristas de transportadoras em detrimento dos autônomos. "O que existe são as empresas que têm fluxo durante 24 horas aqui", reforçou.Diário de Pernambuco
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