Plano de negócios para Suape, elaborado pelo Porto de Roterdã, foi apresentado ontem e prevê movimentação de 90 mi de toneladas de cargas em 2030
Numa projeção otimista, o Complexo Industrial Portuário de Suape deverá alcançar movimentação de 90 milhões de toneladas de cargas em 2030. O volume representa um crescimento de dez vezes em relação ao resultado do porto de 2009. A estimativa foi discutida, ontem, no Palácio do Campos das Princesas, durante a apresentação do Plano de Negócios de Suape, elaborado pelo Porto de Roterdã. O governador Eduardo Campos recebeu o documento do ministro dos Transportes, Obras Públicas e Manejo de Água da Holanda, Camiel Eurlings. Com o objetivo de se transformar em um porto de classe mundial, Suape quer figurar entre os cinco maiores do Brasil para depois se transformar no melhor complexo da América do Sul.
Para garantir a posição de Suape na malha internacional, o plano aponta estratégias comerciais, financeiras e de gestão. “Identificamos oito segmentos de mercado que poderão puxar o crescimento de Suape e garantir padrão mundial ao complexo. Alguns deles já encontram lugar no complexo, por meio da implantação de algumas empresas”, observa Dina Gondim Uribe, executiva do Porto de Roterdã responsável pela apresentação do Plano de Negócios. A lista inclui petróleo e refino, químicos e fertilizantes, gás e energia, indústria da construção, produção agrícola de alimentos, minério de ferro, aço e maquinário pesado, contêineres, logística e distribuição e indústria naval e offshore. “Alguns desses setores se alinham ao Suape Global, como petróleo, gás e naval”, frisa.
O plano elaborado pelo Porto de Roterdã trabalha com dois cenários para fazer uma projeção de cargas. No cenário moderado, a movimentação cresceria a uma média anual de 11,4%, enquanto no otimista essa expansão seria de 13,4% até 2030. Os cenários levam em consideração a movimentação de petróleo e produtos pela Refinaria Abreu e Lima, além da entrada em operação da ferrovia Transnordestina, que terá forte impacto na movimentação de grãos e de minério de ferro. Na movimentação de cargas por setores, a estimativa é que os granéis líquidos representem 51% da movimentação, seguidos pelas cargas conteinerizadas (22%), minério (21%) e grãos (6%).
A expansão do porto será sustentada por pesados investimentos em infraestrutura. Entre 2007 e 2010, os aportes deverão alcançar R$ 1,4 bilhão e a estimativa para o quadriênio 2011-2014 é que cheguem a R$ 2,6 bilhões. As grandes obras programadas são dragagem para garantir a instalação de novos estaleiros, terminais de granéis sólidos e grãos, novo terminal de contêineres e outras.
Suape ainda tem o plano de se transformar em uma sociedade anônima, em condições de captar recursos no mercado e garantir a capacidade de investimentos do porto. O modelo seria inovador para um porto público no País. “Também vamos cuidar da estrutura organizacional, fazendo concurso para aumentar o quadro de funcionários do porto, além de capacitar esse pessoal para o novo momento do complexo”, conclui o presidente do complexo, Fernando Bezerra Coelho.
Fonte Jornal do Commercio (PE)
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